Saúde

Vacina contra herpes-zóster pode garantir uma proteção surpreendente: 20% menos risco de demência em mulheres!

2025-04-06

Autor: Mariana

Um estudo inovador realizado no País de Gales acompanhou dois grupos de participantes por sete anos e revelou que a vacinação contra o herpes-zóster tem o potencial de reduzir em 20% o risco de demência em mulheres. Para os homens, no entanto, os dados não indicaram um efeito significativo.

A pesquisa focou na vacina Zostavax, que utiliza uma versão enfraquecida do vírus varicela-zóster. Embora a Zostavax possa oferecer alguma proteção, muitos especialistas agora recomendam a vacina Shingrix, que não contém o vírus ativo e é considerada mais eficaz. Vale destacar que os impactos dessa vacinação são especialmente notáveis entre as mulheres, resultado que levanta importantes questionamentos sobre a proteção autoimune oferecida.

O vírus varicela-zóster é um membro da família dos herpesvírus. Ele é responsável pela catapora, afetando principalmente as crianças, mas suas consequências podem resurgir anos depois na forma de herpes-zóster, uma infecção que causa dor intensa e erupções cutâneas. Após uma criança se recuperar da catapora, o vírus pode permanecer dormente nas células nervosas e, em situações de imunidade baixa, pode se reativar, resultando na formação de bolhas e dor severa.

Os primeiros sinais da herpes-zóster incluem febre e mal-estar, seguidos por inflamações nos nervos, que podem causar prurido e dores agudas. As manchas vermelhas característicos aparecem geralmente no tórax, mas podem manifestar-se em outras partes do corpo, como pescoço, braços e rosto. Essas lesões podem ser extremamente dolorosas e duram semanas, levando à necessidade de um tratamento adequado.

Um fator intrigante mencionado no estudo é a diferença de resposta à vacina entre os sexos. As mulheres, que têm uma predisposição maior a desenvolver demência, podem experimentar uma resposta imunológica mais intensa. Isso sugere que a vacina poderia ajudar a atenuar processos neuroinflamatórios que contribuem para a demência, uma realidade que afeta, de forma desproporcional, as mulheres.

Além disso, cerca de 30% da população terá herpes-zóster em algum momento da vida, sendo mais comum em pessoas com mais de 50 anos ou com sistema imunológico enfraquecido. Por enquanto, a vacina contra herpes-zóster é recomendada no Brasil para pessoas a partir de 50 anos, mas disponível apenas na rede privada, sem cobertura pelo SUS. A vacina Zostavax é aplicada em dose única, enquanto a Shingrix é feita em duas doses, com intervalo de dois meses. No entanto, o preço elevado, podendo ultrapassar R$ 1.000, pode ser um impeditivo para muitos.

Com esses achados impactantes, especialistas como Peter Berlit sugerem uma revisão nas diretrizes de vacinação, propugnando que o impacto preventivo da vacina na demência deve ser avaliado mais amplamente. Estudos em outros países, como a Alemanha, também revelam que a vacina não é coberta pelo sistema público de saúde, levantando questionamentos sobre sua recomendação para pessoas acima de 50 anos. O neurobiológo Korte defende que aumentar a vacinação em todas as faixas etárias pode ser benéfico, já que as consequências de uma infecção severa por herpes-zóster podem ser extremamente dolorosas e prejudiciais para a qualidade de vida.