Tecnologia

Utopia ou Distopia? Os Novos Óculos de Zuckerberg e o Futuro do Metaverso

2024-09-28

A tecnologia é como um grande mistério: não importa o que ela é hoje, mas sim o que pode se tornar amanhã. Essa ideia ficou mais evidente nesta última quarta-feira, quando Mark Zuckerberg, durante a conferência anual Meta Connect, apresentou ao mundo seu mais recente projeto: óculos de realidade aumentada que prometem revolucionar nossa interação com o ambiente ao nosso redor.

Batizado de Orion, esse protótipo traz uma proposta totalmente inovadora e diferente do que já foi visto até agora. Enquanto a Apple revelou seus óculos de realidade mista, que seguem o design tradicional e robusto dos dispositivos de VR, os óculos Orion têm uma aparência mais sutil e discreta.

Com um design que pode parecer simples, o Orion combina o mundo físico com hologramas surpreendentes, projetados diretamente nas lentes. Essa tecnologia inovadora utiliza pequenos projetores e estruturas em nanoescala, permitindo que hologramas apareçam em diferentes tamanhos e profundidades. O que torna isso ainda mais impressionante é que todo o conjunto pesa cerca de apenas 100 gramas, em comparação com os 600 gramas do Apple Vision Pro.

Um dos grandes diferenciais do Orion é a forma de interação proposta. Com o uso da inteligência artificial da Meta, os usuários poderão interagir com o dispositivo por meio de comandos de voz, mas a verdadeira inovação está na interação por gestos. O projeto também inclui uma pulseira de EMG, que promete criar uma conexão neural entre o usuário e os óculos, uma área em que a Meta tem investido consideravelmente.

Um ano atrás, tive a oportunidade de visitar a sede da Meta em Menlo Park e conhecer o Reality Labs, o laboratório responsável por desenvolver esses novos produtos. Naquela ocasião, percebi que o futuro da tecnologia estava sendo moldado ali, e com o projeto Orion, isso se torna ainda mais claro.

Entretanto, não podemos ignorar os desafios que acompanham essa revolução. Questões éticas e de privacidade vêm à tona e é crucial que essas discussões aconteçam. Recentemente, estive presente em um evento promovido pela Meta que abordou esses temas, e é encorajador ver a empresa se antecipando a possíveis problemas e buscando soluções desde a fase de design dos produtos.

O Orion, por enquanto, é apenas um protótipo com um custo de produção em torno de 10 mil dólares por unidade. No entanto, a Meta acredita que a era da computação possa estar sendo reescrita com esse dispositivo. Existe um potencial real para que esses óculos sejam uma alternativa ao smartphone, como nunca vimos antes.

A pergunta que fica é: será que esse futuro se tornará nossa nova realidade? O tempo dirá. Mas uma coisa é certa: não importa o que a tecnologia é atualmente; o verdadeiro valor reside no que ela pode se tornar. E isso se aplica tanto ao Orion quanto ao Apple Vision Pro.