UTIs do Hospital Geral de Roraima à Beira da Terceirização: Entenda o Que Está Acontecendo!
2025-01-24
Autor: Pedro
UTIs do Hospital Geral de Roraima à Beira da Terceirização: Entenda o Que Está Acontecendo!
A possibilidade de terceirização das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Hospital Geral de Roraima (HGR) está gerando controvérsias na comunidade e entre os profissionais de saúde. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) anunciou, no dia 14 de novembro de 2024, a abertura de um processo de cotação de preços visando à "eventual contratação" de uma empresa especializada para a gestão dos leitos de terapia intensiva.
Esse movimento foi publicado na página de licitações da Sesau e revela a necessidade de gerenciamento técnico e administrativo, além do fornecimento de mão de obra qualificada e manutenção de equipamentos vitais para a operação das UTIs. Contudo, as expectativas sobre essa mudança são preocupantes.
O deputado estadual Cláudio Cirurgião (União) tem sido um dos principais críticos dessa proposta, expressando suas reservas nas redes sociais. Ele argumenta que a terceirização pode comprometer a qualidade dos serviços, acarretando uma precarização na mão de obra. Com a alta rotatividade de profissionais, muitos deles sem a especialização necessária, Cirurgião enfatiza que o atendimento nas UTIs, que opera em um ambiente de alta complexidade, pode ser severamente afetado.
“A experiência e o vínculo com os profissionais são fundamentais em ambientes críticos. Profissionais que atuam há décadas nas UTIs do Estado têm conhecimento e habilidades que não podem ser substituídas facilmente”, disse o parlamentar em entrevista à Folha.
Além disso, ele apontou problemas financeiros existentes no Estado, questionando a real eficácia da terceirização. “Se a terceirização fosse a solução, por que o Estado ainda deve a várias empresas que prestam serviços em outras áreas da saúde?”, questionou Cirurgião.
Voices of Concern: Conselhos de Medicina e Enfermagem
Ambos os Conselhos Regionais de Medicina (CRM-RR) e de Enfermagem (Coren-RR) foram procurados para comentar o assunto. O CRM-RR declarou que não havia sido notificado previamente sobre a possibilidade de terceirização, sinalizando que a estabilidade e a qualificação dos profissionais de saúde são essenciais. Já a presidente do Coren-RR, Tárcia Barreto, enfatizou a importância de garantir condições seguras de trabalho para enfermeiros e técnicos de enfermagem, independentemente da modalidade contratual.
Mobilização da Comunidade: Um Chamado à Ação
Com a proposta de terceirização em pauta, sindicatos e lideranças comunitárias convocam a população para uma reunião a ser realizada nesta sexta-feira (24) às 14h, no auditório do Conselho Regional de Farmácia. "Não podemos permitir que serviços tão essenciais sejam entregues a empresas privadas, que muitas vezes falham em cumprir suas obrigações", afirma o convite.
Perspective from Sesau: Uma Tendência Nacional?
Por outro lado, a Sesau defende que a terceirização é uma prática que visa otimizar o atendimento em hospitais públicos. A secretaria menciona que em outros estados, como Amazonas e São Paulo, essa estratégia resultou em melhorias significativas nos serviços de saúde. A proposta atual inclui a contratação de cerca de 482 profissionais qualificados, assim como a disponibilização de mais de 180 tipos de equipamentos essenciais.
Conclusão: O Futuro das UTIs em Roraima Está em Jogo
A discussão sobre a terceirização das UTIs no Hospital Geral de Roraima levanta questões cruciais sobre a qualidade dos serviços de saúde. Enquanto a Sesau apela para a modernização e eficiência, as vozes de alerta de deputados, conselhos e cidadãos ecoam uma preocupação legítima: como garantir que a saúde da população não seja colocada em segundo plano em nome da redução de custos? O futuro do atendimento intensivo no estado depende das decisões que serão tomadas nas próximas semanas, e a comunidade está atenta e mobilizada.