Nação

União Brasil desiste de candidatura e apoia Hugo Motta para presidência da Câmara; Elmar Nascimento assegura que ainda está na disputa

2024-10-31

Autor: Gabriel

Durante uma importante reunião nesta quinta-feira (31), a executiva do União Brasil anunciou sua decisão de apoiar a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados, retirando o apoio ao deputado Elmar Nascimento. Motta, que já contava com o respaldo de diversos partidos, torna-se assim o favorito na corrida pela liderança da Casa legislativa.

É crucial destacar que a eleição para a presidência da Câmara e do Senado está agendada para fevereiro de 2025. O próximo presidente terá a responsabilidade de gerir a Câmara nos anos de 2025 e 2026, e caso seja reeleito, poderá inclusive buscar a reeleição para o cargo.

Elmar Nascimento, em uma entrevista depois da reunião, reafirmou sua intenção de continuar como candidato. Ele afirmou que terá conversas com Hugo Motta e com outros nomes da corrida, como o deputado Antônio Brito (PSD-BA) e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, indicando que ele ainda busca apoio.

"Continuo na disputa [...] Não me incomoda desistir ou continuar. Minha candidatura pertence ao meu partido e àqueles que me apoiam, e essa decisão deve ser avaliada por todos", declarou Nascimento.

No entanto, fontes internas do União Brasil indicam que a tendência é que Nascimento formalize sua desistência após as negociações. A bancada do partido deve se reunir novamente na próxima terça-feira (5) para discutir os próximos passos.

O movimento do União Brasil em direção ao apoio a Motta começou a ser articulado na quarta-feira (30), logo após o deputado oficializar sua candidatura e receber o apoio do atual presidente Arthur Lira (PP-AL).

A "delegação" designada para negociar o apoio a Hugo Motta inclui: - Antonio Rueda (presidente do partido); - ACM Neto (vice-presidente); - Elmar Nascimento (líder do União na Câmara).

O União Brasil teme que, ao não apoiar Motta e este ser eleito, o partido possa perder espaço na Mesa Diretora da Câmara e nas comissões.

Com o apoio oficial ao candidato, o União Brasil almeja pleitear a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o colegiado mais influente da Casa, além de uma das vice-presidências da Câmara.

A candidatura de Hugo Motta começou a ganhar força, atraindo ainda mais apoio, inclusive do PT, PL e MDB, complicando ainda mais a situação da candidatura de Elmar, que havia se enfraquecido nos últimos meses.

Inicialmente visto como o forte candidato para suceder Lira, Nascimento viu seu nome perder força devido à falta de apoio dentro de seu próprio partido e das dificuldades em garantir outras alianças. A relação com Arthur Lira azedou, especialmente após o ex-aliado reformular seu apoio em favor de Hugo Motta.

Após uma série de articulações infrutíferas, incluindo tentativas de construir uma aliança com o PSD, as lideranças do União Brasil decidiram retirar o apoio a Nascimento. Em um jantar, ele recebeu a confirmação de sua retirada da corrida.

A manhã de quinta-feira (31) foi marcada por discussões sobre o futuro do partido na liderança da Câmara, onde a opção de apoiar Hugo Motta prevaleceu, fortalecendo assim sua candidatura.

Candidatura de Motta ganha corpo

Com o União Brasil a bordo, a candidatura de Hugo Motta se está consolidada como a principal na disputa pela sucessão de Arthur Lira. No último dia 30, Motta já havia recebido endossos das maiores bancadas da Câmara, o PL e o PT.

Na manhã desta quinta, o PCdoB, que possui 6 deputados, se juntou ao bloco de apoio a Motta, e o PV, parte de uma federação com PT e PCdoB, deve anunciar seu apoio ainda hoje, fazendo com que o número de deputados em apoio a Motta chegue a 323.

A partir dessas informações, fica claro que a disputa pela presidência da Câmara promete ser intensa. Com as regras atuais, para ser eleito no primeiro turno, um candidato deve obter a maioria absoluta dos votos, o que significa ao menos 257 votos. Caso contrário, um segundo turno será necessário entre os dois candidatos mais votados. O novo presidente começará seu mandato em 2025, liderando a Câmara pelos próximos dois anos.