Ciência

Um Caso Controverso: Lutadora Imane Khelif Ganha Ouro em Paris com Cromossomos XY e Testículos Internos?

2024-11-05

Autor: Julia

Recentemente, uma bomba explosiva no mundo do esporte foi lançada ao público: o relatório médico da boxeadora argelina Imane Khelif revelou que ela possui cromossomos XY e testículos internos. Essa revelação vem à tona meses após a atleta conquistar uma medalha de ouro no boxe feminino nas Olimpíadas de Paris 2024, conforme reportado pelo site norte-americano Reduxx e investigado por um jornalista francês.

O relatório, elaborado em parceria entre o Hospital Kremlin-Bicetre e o Hospital Mohamed Lamine Debaghine, revela que Imane Khelif apresenta uma condição chamada deficiência de 5-alfa redutase, um transtorno encontrado frequentemente em homens biológicos. Essa condição afeta o desenvolvimento dos órgãos sexuais, levando a uma designação de gênero feminina ao nascimento, devido às anormalidades na genitália. Contudo, com a puberdade, os indivíduos com essa condição geralmente apresentam características masculinas, como aumento da massa muscular e ausência de seios.

Em uma investigação aprofundada realizada em outubro, o jornalista Djaffar Ait Aoudia obteve um exame físico que revelou a ausência de útero, testículos internos e um chamado “micropênis”. Além disso, os testes laboratoriais confirmaram a presença do cariotipo XY e níveis de testosterona que são característicos dos homens.

O relatório médico sugere que Imane busque “correção cirúrgica e terapia hormonal” para alinhar sua identidade de gênero percebida. Também é recomendado apoio psicológico para lidar com as consequências neuropsiquiátricas que esses resultados podem ocasionar.

O técnico de Imane, Georges Cazorla, havia reconhecido anteriormente que houve uma avaliação da atleta após sua desqualificação pela Associação Internacional de Boxe, em março. Cazorla admite um “problema com os cromossomos” de Khelif, mas defende a validade de sua participação em competições femininas.

Após os exames, Imane Khelif passou a utilizar supressores de testosterona. Contudo, a polêmica se intensifica, pois o Comitê Olímpico Internacional (COI) não realiza testes cromossômicos desde 1999, e para os Jogos Olímpicos de Paris, a única exigência era que os documentos legais mostrassem um marcador de sexo feminino.

Alan Abrahamson, professor da Universidade do Sul da Califórnia, confirmou o resultado dos testes, que apontaram para um DNA masculino. Ele afirmou ter acessado resultados de testes realizados em 2022 e 2023, que confirmaram a presença de cromossomos XY na boxeadora.

Além disso, após a vitória de Khelif em Paris, a IBA (Associação Internacional de Boxe) confirmou que a lutadora falhou em múltiplos testes cromossômicos, mas não pôde divulgar os resultados devido a intervenções do Comitê Olímpico Argelino. A situação gerou uma chamada de atenção sobre como as mulheres estão sendo tratadas em ambientes competitivos, com uma crítica contundente: “Eles estão sendo despojados de segurança, justiça e suas conquistas durante essas competições”.

Muitos especialistas e fãs do esporte estão clamando pela desqualificação de Imane, com alguns defendendo que sua medalha de ouro deveria ser retirada. A questão levanta debates intensos sobre identidade de gênero, modalidade esportiva e os limites da biologia no esporte profissional. O que acontecerá a seguir nesse caso polêmico? Acompanhe nossa cobertura para mais detalhes.