A polêmica em torno do ex-presidente Donald Trump e sua visão estética nas artes não é uma novidade. Em 2020, ele decretou que obras de arte 'clássicas' seriam as únicas aceitas nas compras públicas para adornar os espaços da administração. Isso não só limitou as expressões artísticas, mas também estabeleceu padrões rígidos de representação quando o tema envolvia figuras históricas.

Trump exigiu que qualquer homenagem a um 'americano significantemente histórico' fosse uma 'representação realista', excluindo assim estilos abstratos ou modernistas que retratam a diversidade e a pluralidade da experiência americana. Essa postura criou uma barreira para que artistas contemporâneos pudessem ter suas obras apreciadas e adquiridas pelo estado.

Após sua derrota nas eleições, Joe Biden revogou essa regulamentação, permitindo a liberdade de expressão artística nas aquisições do governo. A mudança visou reafirmar a intenção de refletir a rica diversidade da sociedade americana, promovendo, assim, novas vozes e estilos.

De acordo com a legislação americana, desde 1972, 5% do orçamento destinado à manutenção e construção de prédios federais deve ser alocado para a compra de obras de arte, apoiando assim a produção de artistas contemporâneos. Isso resultou em mais de 500 obras encomendadas ao longo dos anos, porém, com a nova política de Trump, apenas certos estilos estariam elegíveis para esses investimentos.

Ainda mais devastadora foi a derrubada de uma importante iniciativa de 2021 que visava 'Promover as Artes, Humanidades, Museus e Serviços de Bibliotecas'. Esse programa era crucial para garantir o financiamento federal às instituições culturais, especialmente em áreas historicamente negligenciadas. Segundo a introdução da lei, as artes e humanidades são essenciais para o bem-estar, saúde e democracia da nação. A revogação desse suporte tem se mostrado um golpe contundente nas bibliotecas, museus e organizações culturais, conforme alertou a entidade Every Library, que luta pelas causas das bibliotecas em todo o país.

O impacto da decisão de Trump se reflete não apenas na qualidade e acessibilidade da educação e do patrimônio cultural, mas também ameaça o engajamento cívico nas comunidades. A falta de apoio pode resultar em um empobrecimento cultural alarmante, afetando a vitalidade das comunidades dependentes dessas instituições.

Com essa nova onda de conservadorismo na arte, muitos se perguntam: qual será o futuro da expressão artística nos Estados Unidos? É uma questão que desperta a preocupação de artistas, educadores e cidadãos que acreditam na importância da diversidade cultural e na liberdade de criação. A luta pela cultura e liberdade de expressão é, sem dúvida, uma batalha que ainda está longe de terminar.