O ex-presidente Donald Trump gerou mais polêmica ao nomear Mauricio Claver-Carone como seu enviado para a América Latina. Claver-Carone, conhecido por sua abordagem rígida diante de regimes autoritários como o de Nicolás Maduro e Cuba, foi uma figura central na política externa de Trump para a região. No entanto, sua trajetória foi marcada por um escândalo em 2022, quando foi afastado do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) após ser investigado por manter um relacionamento inapropriado com uma subordinada.

Após essa demissão, que levantou questões sobre a ética e a transparência no cargo, Claver-Carone teve que enfrentar as consequências de suas ações. O vínculo conturbado com sua funcionária foi descrito como uma violação grave das normas internas do BID, levando a uma investigação que expôs gastos excessivos relacionados a diárias em viagens oficiais e até retaliações contra colegas que relataram a situação.

A decisão de Trump de nomeá-lo para representar os interesses americanos na América Latina veio após sua demissão em meio às críticas que já enfrentava na época. O movimento reflete a continuação da política de pressão máxima de Trump sobre a Venezuela e um alinhamento estreito com líderes de direita na região, incluindo o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que apoiou a candidatura de Claver-Carone ao BID em 2019.

Em um comunicado à imprensa, Trump assegurou que Claver-Carone teria como missão "restabelecer a ordem" na América Latina. Contudo, suas credenciais foram colocadas em dúvida após os episódios de sua saída do BID, com muitos questionando se sua nomeação realmente serviria aos interesses da região ou apenas à agenda polêmica de Trump.

Durante seu tempo como arquiteto da política anti-Maduro de Trump, Claver-Carone prometeu pressionar Caracas com uma estratégia de "pressão total". No entanto, a recente demissão e as alegações de comportamento inadequado podem minar sua credibilidade e a eficácia de suas futuras ações diplomáticas na região.

Com um histórico familiar de imigração cubana, a relação de Claver-Carone com as questões latinas poderia ter um impacto significativo em sua abordagem. A expectativa agora recai sobre como ele lidará com os desafios diplomáticos e as complexidades sociais que a América Latina enfrenta atualmente, especialmente sob a crescente influência da China na região.