Mundo

Trump e o Canal do Panamá: Mitos e Verdades! A Nova Agenda Americana na América Latina

2025-01-25

Autor: Pedro

Introdução

Donald Trump retornou à Casa Branca e já está instaurando uma série de ordens executivas que prometem agitar a política internacional, especialmente com foco na América Latina. Segundo Juan Gabriel Tokatlian, especialista em relações internacionais da Universidade Torcuato Di Tella, a frustração de Trump em relação à região é palpável. Ele afirma que, ao voltar ao cargo, Trump traz consigo uma lista de expectativas não realizadas de seu primeiro mandato.

Acesso à América Latina nos Discursos de Trump

Em conversa recente com a BBC News Mundo, Tokatlian ressaltou a ausência de referências concretas à América Latina em discursos de posse anteriores. No entanto, Trump fez menção a temas polêmicos, como a fronteira sul dos EUA e o Canal do Panamá, o que manifesta seu interesse pela região. 'A abordagem de Trump à América Latina é marcada por desinteresse e frustração, refletindo suas prioridades', analisa o acadêmico.

Relações Tensionadas com Países Latinos

O autor de 'Conselhos Não Solicitados sobre Política Internacional' explicou como os laços entre os EUA e países latinos, como México e Venezuela, têm sido tensionados por uma retórica duramente negativa acerca da criminalidade, do narcotráfico e da imigração. Ao longo dos últimos anos, a percepção de Trump sobre a América Latina é de que a região, em grande parte, deveria reconhecer a influência americana como algo benéfico.

Controle Chinês no Canal do Panamá

Um dos temas que chamou atenção recentemente foi a afirmação de Trump sobre o controle chinês no Canal do Panamá. Segundo o ex-presidente, empresas chinesas estariam em controle de terminais estratégicos na passagem, um fato que foi refutado por Tokatlian. Ele clarificou que a administração do canal é essencialmente ocidental. 'É fundamental ressaltar que os Estados Unidos historicamente nunca enfrentaram problemas com o Panamá nesse aspecto', afirma Tokatlian.

Interesses Comerciais e Conexões

A questão que se coloca, segundo o especialista, é se existem interesses comerciais de aliados de Trump envolvidos em suas declarações. 'É preciso explorar mais a fundo a conexão entre as potências e seus compromissos econômicos noutras regiões', sugere.

Mudança Geopolítica nas Relações

Além disso, Tokatlian observa que o pano de fundo geopolítico das relações dos EUA com a América Latina está mudando. Em vez da estratégia militar da antiga Doutrina Monroe, o que se vê agora é a competição econômica com a China, que, diferentemente da situação da era da Guerra Fria, não se propõe a invadir militarmente a região. 'A falta de uma real ameaça militar torna a situação mais complexa', analisa.

Relação com o México

Trump também precisa lidar com a relação delicada com o México, que é seu principal parceiro comercial na América Latina. O comércio entre os dois países é robusto, totalizando cerca de US$ 807 bilhões anualmente, e a estabilidade dessa relação é crucial, especialmente em tempos de crise.

Conclusão

Em suma, as primeiras ações e discursos de Trump apresentam uma combinação de interesses econômicos com uma retórica agressiva. Com um jogo de xadrez político em que a América Latina assume um papel vital, tudo indica que as próximas eleições também moldarão a forma como essa região interage com os Estados Unidos. Assim, a questão que se impõe é: a América Latina permanecerá sob a sombra do envolvimento econômico americano ou começará a reivindicar seu espaço de forma mais assertiva e independente?