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Tremenda descoberta: Ossadas de mais de 150 pessoas revelam mistérios sombrios de um campo de futebol em Viena

2025-04-06

Autor: Julia

Recentemente, uma descoberta chocante abalou o distrito de Simmering, em Viena, na Áustria. Durante a reforma de um campo de futebol, ossadas de mais de 150 pessoas foram encontradas em uma vala comum que remonta à época romana. A revelação foi feita pelo Museu de Viena na última quarta-feira (2).

De acordo com os especialistas, a maioria das ossadas pertence a homens jovens que foram mortos de maneira brutal, datando do final do século I ao início do século II d.C., um período crítico da história romana na região. "Estou fascinada com essa descoberta, que desafiou até mesmo os meus 25 anos de pesquisa sobre a Viena romana", afirmou Michaela Kronberger, chefe das coleções do Museu de Viena.

A história sombria de Simmering

A descoberta aconteceu durante a revitalização do complexo esportivo Ostbahn XI. Escavadeiras contratadas pela prefeitura se depararam com um grande monte de ossadas humanas, levando o Departamento de Arqueologia da Cidade de Viena a iniciar escavações imediatas. Kristina Adler-Wölfl, chefe do departamento, comentou que em um local tão inusitado, muitos poderiam supor que se tratava de um poço de peste ou conexões com o Segundo Cerco Otomano.

Na área de apenas cinco por quatro metros e meio, pelo menos 129 esqueletos intactos foram documentados e muitos outros ossos estavam espalhados, provavelmente devido às reformas anteriores, sugerindo que o número total pode ultrapassar 150 indivíduos. O modo como os corpos estavam dispostos indica que não houve um enterro formal, pois estavam em várias posições, como de bruços ou empilhados, o que sugere um descarte apressado, sem rituais funerários.

Uma cena de batalha?

Análises antropológicas preliminares revelaram que a maioria dos indivíduos era composta por homens altos, entre 20 e 30 anos, que estavam em boa forma física antes de suas mortes. A causa das mortes foi confirmada como traumas por força contundente e cortes de armas afiadas, como lanças e espadas. Cada esqueleto examinado possui pelo menos um ferimento infligido no momento da morte, sugerindo um cenário de batalha intensa.

Os arqueólogos descartaram a teoria de uma execução em massa devido à presença de muitas armas, e a ausência de mulheres e crianças reforça a ideia de que esses homens estavam envolvidos em confrontos militares. A datação por Carbono-14 indicou que os eventos ocorreram entre 80 e 230 d.C., confirmando um período de conflitos na região.

Entre os itens encontrados, destaca-se uma adaga de ferro decorada com fios de prata, típica da época romana, além de pregos de sandálias de soldados e fragmentos de capacetes, reforçando a identificação das ossadas como pertencentes a soldados romanos.

Importância histórica

Surpreendentemente, essa descoberta ocorreu em um momento que até então era considerado pacífico para Viena. Registros antigos mencionam ataques de tribos germânicas contra o Império Romano em torno do ano 92 d.C., incluindo a destruição de legiões inteiras. Os arqueólogos acreditam que essas ossadas podem ser a primeira prova física de tais conflitos, explicando a decisão dos romanos de aumentar sua presença militar na área, transformando a pequena base de Vindobona na moderna cidade de Viena.

Michaela Kronberger concluiu que, embora se trate de um tesouro informativo valioso, devemos abordar essa descoberta com a máxima sensibilidade, pois são os restos mortais de 150 jovens que perderam a vida de maneira trágica em um passado distante.