Um novo caso de negligência na saúde pública de Ananindeua chocou a população dessa cidade crucial do estado do Pará. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Icuí foi o cenário de um episódio trágico na noite da última quinta-feira (3), envolvendo uma criança de apenas um ano que perdeu a vida após insistentes tentativas de atendimento pelo familiares.

De acordo com os relatos, os pais da menina buscaram ajuda na UPA desde a quarta-feira (2). Porém, a criança recebeu apenas soro e foi liberada sem uma avaliação mais aprofundada. Com o agravamento de seus sintomas, retornaram à unidade, onde foram informados da morte da criança, uma situação que gerou uma onda de indignação e tristeza entre os moradores.

Ananindeua enfrenta uma verdadeira crise na área da saúde, caracterizada por uma série de escândalos envolvendo a falta de recursos e a ineficiência no sistema. Há relatos frequentes sobre abandono nas unidades de saúde, e um vereador local, Flávio Nobre (MDB), denunciou as condições do Pronto-Socorro Municipal, que, inaugurado há apenas oito meses, ainda opera com atendimento precário, enquanto o atendimento em outras unidades da cidade permanece sobrecarregado.

Além disso, a situação financeira da saúde pública em Ananindeua é alarmante. O prefeito Daniel Santos está sob investigação por desvio de R$ 261,3 milhões, conforme apurações do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Pará. As investigações revelaram um suposto superfaturamento de serviços do Hospital Santa Maria, que recebeu pagamentos irregulares do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará (IASEP).

Os moradores e lideranças comunitárias estão clamando por mudanças urgentes e por um atendimento digno na saúde pública. O que mais precisa acontecer para que a situação mude? A tragédia da menina deve ser um chamariz para que as autoridades tomem providências imediatas e garantam que episódios como este não se repitam. O clamor por justiça e melhorias no sistema de saúde se intensifica.