A madrugada de uma família se transformou em um pesadelo após a morte de Pedro Henrique, um jovem trabalhador de apenas 22 anos. Seu pai, Jailton Dantas, não conteve a dor ao desabafar: "Acordar às 3h para um infeliz que está no mundo tirar a vida dele? Se ele soubesse, não tinha acordado, né? Ele estava se preparando para trabalhar, e não em uma boate como disseram".

O sargento da PM, Fernando Ribeiro Baranã, de 39 anos, foi preso em flagrante sob a acusação de homicídio qualificado, após disparar contra Pedro Henrique na Praça Panamericana, na Penha. Em meio às acusações, a mulher do policial, identificada como Natalia Teles, afirmou que Pedro foi envolvido em uma confusão na boate próxima ao local do assassinato.

No entanto, amigos e familiares garantem que o jovem estava se preparando para trabalhar na barraca de pastéis de seu pai, sempre madrugador e dedicado. "Ele era amado e adorado por todos. Não tem quem não gostasse dele", emendou Jailton, repleto de lágrimas ao lembrar do filho.

Testemunhas relataram que Natalia acusou Pedro de ser o autor de uma agressão dentro da casa de festas, e, após apontá-lo para o marido, o policial atirou em Pedro Henrique. A versão do PM é de que ele agiu em legítima defesa, alegando que o jovem teria tentado esfaqueá-lo.

O velório e enterro do jovem estão marcados para esta segunda-feira (7) no Cemitério Municipal de Pedro Toledo, no interior de São Paulo, onde a família de Pedro reside. A tragédia mobilizou a comunidade, que se une em apoio à família enlutada.

Em uma nota oficial, a Polícia Militar declarou que "não compactua com excessos e crimes realizados por seus membros, punindo com rigor os envolvidos assim que os fatos forem comprovados". No entanto, a confiança da população nas forças de segurança está abalada, e muitos perguntam: até quando a violência policial será tolerada? O caso promete ser mais um capítulo na luta por justiça e segurança nas comunidades.