Um trágico acidente na BR-116, em Teófilo Otoni, na Região do Vale do Mucuri, resultou na morte de 39 pessoas e levou à prisão do motorista da carreta envolvida na colisão. Ele foi detido no Espírito Santo nesta segunda-feira (21/1), com a confirmação do governador Romeu Zema, através de suas redes sociais. O homem foi identificado como o responsável pelo acidente, que ocorreu em 21 de dezembro, quando o veículo de carga - que transportava blocos de granito - colidiu frontalmente com um ônibus de viagem.

Após a tragédia, exames de urina revelaram que o motorista estava sob efeito de álcool, cocaína e ecstasy no momento do acidente. O motorista, que inicialmente fugiu da cena, alegou que o pneu do ônibus havia estourado, provocando a perda de controle do veículo. Contudo, ele se entregou à polícia dois dias depois do acidente, acompanhado por advogados, e foi liberado temporariamente.

Durante os interrogatórios, a perícia coletou amostras de urina e confirmou a intoxicação por substâncias ilícitas. Além disso, o juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni, destacou uma série de fatores que contribuíram para a prisão do acusado: a ausência no local do acidente, o sobrepeso da carga, a velocidade excessiva e a falta de descanso adequado.

O perícia também contradisse a versão do motorista sobre o estourar do pneu do ônibus, que foi desmentido pelas investigações. A cena do acidente foi analisada usando tecnologia de ponta, como um scanner 3D, para modelar a dinâmica do ocorrido e coletar evidências adicionais.

Ainda está incerta a quantidade exata de vítimas. A Polícia Civil e a empresa de ônibus Emtram divulgam números divergentes, com investigações em andamento para esclarecer as discrepâncias. O perito criminal Felipe Dapieve notou que o elevado nível de carbonização dos corpos pode ter dificultado a determinação precisa do número de vítimas.

O acidente ocorreu enquanto o ônibus viajava de São Paulo para a Bahia, transportando 45 passageiros. A colisão foi tão violenta que gerou um incêndio, complicando ainda mais as situações de resgate e identificação das vítimas. Outra versão apontada é que um carro de passeio bateu na traseira da carreta após a colisão inicial.

A tragédia levanta questões significativas sobre a segurança nas rodovias brasileiras e a responsabilidade dos motoristas em manter as condições adequadas de condução. O caso continua em investigação, e espera-se que a justiça seja feita em nome das vítimas e das famílias enlutadas por essa tragédia.