Uma tragédia abateu a família de Amanda da Silva Barros, uma auxiliar administrativa de 30 anos, que faleceu durante um procedimento de implante de balão gástrico em uma clínica de São Gonçalo. O caso chocou a comunidade local e trouxe à tona discussões sobre a segurança em procedimentos estéticos e de saúde.

O corpo de Amanda foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Tribobó após a fatalidade. Ela deixa um marido e três filhas, que agora enfrentam o luto abrupto e intenso dessa perda.

O marido da vítima, em estado de choque, relatou que Amanda não apresentava nenhum problema de saúde antes da cirurgia. “Fomos cedo para pagar o Pix e ela estava bem. Entrou na sala e não saiu mais. Eles não levaram ela para o hospital; chamaram o Samu e nem nos avisaram do que estava acontecendo”, disse ele, visivelmente angustiado.

Uma tia de Amanda informou que a clínica alegou que ela sofreu uma parada cardiorrespiratória, mas levantou questões sobre a capacidade da equipe médica em reverter a situação. "Sou intensivista e posso afirmar que eles não tinham estrutura adequada para lidar com uma emergência desse tipo", disse. A tia ainda pediu justiça em vez de compensação financeira, afirmando que o foco deve ser a responsabilidade pelo erro que tirou a vida da jovem.

As autoridades locais foram acionadas, e a 72ª DP (São Gonçalo) iniciou uma investigação sobre as circunstâncias da morte. O delegado Fabio Luiz da Silva Souza afirmou que foram ouvidos todos os profissionais envolvidos, além de realizar perícias no local e na vítima. A clínica e a médica estão sendo avaliadas quanto à regularidade e capacitação para realizar o procedimento, que deveria ser minimamente invasivo.

O balão gástrico, normalmente inserido via endoscopia, é um procedimento feito para ajudar no controle do peso. Entretanto, a morte de Amanda levanta questões cruciais sobre a segurança de tais procedimentos e se as clínicas têm a estrutura necessária para atender eventuais complicações.

Informações da Prefeitura de São Gonçalo indicam que a clínica Endoscorpos tinha solicitado a revalidação da Licença de Funcionamento Sanitário no início de dezembro de 2024. Após fiscalização realizada no dia 17 de dezembro, foram notadas faltas de documentação, mas segundo a vigilância, a estrutura não apresentava irregularidades.

Este caso alarmante ressalta a importância de verificar a idoneidade e as condições das clínicas que realizam procedimentos médicos e estéticos. Enquanto a família chora a perda de uma mãe e esposa, a comunidade se pergunta: será que estamos prontos para enfrentar os riscos que a busca pela beleza pode nos trazer?