Torcedor do Cruzeiro morto em emboscada da torcida palmeirense era um motoboy querido e pai amoroso
2024-10-27
Autor: Carolina
A Tragédia de José Victor Miranda
José Victor Miranda, de 30 anos, era um motoboy dedicado e um pai amoroso de um menino de sete anos. Conhecido como "um cara do bem" por familiares e amigos, ele foi a vítima fatal de uma emboscada armada por torcedores do Palmeiras na Rodovia Fernão Dias, em São Paulo, na madrugada de domingo, 27 de outubro.
Vida e Paixão pelo Futebol
Natural de Sete Lagoas, em Minas Gerais, José Victor era um apaixonado torcedor do Cruzeiro e nunca perdia a oportunidade de acompanhar seu time em jogos pelo Brasil. Ele fazia parte da torcida organizada Máfia Azul, onde se destacava entre os membros.
Recentemente, ele teve a alegria de levar seu filho para assistir a um jogo do Cruzeiro no Mineirão, o que foi descrito por sua família como um dos momentos mais emocionantes de sua vida. No entanto, essa paixão pelo futebol e pelo time do coração também gerava preocupação entre seus familiares, que temiam pelo envolvimento dele com a torcida organizada, especialmente após relatos de ameaças que ele recebeu nas redes sociais.
Confronto Mortal
José Victor foi assassinado durante um violento confronto entre torcedores na Rodovia Fernão Dias, próximo ao km 65, em Mairiporã, região metropolitana de São Paulo. O conflito deixou pelo menos 20 feridos, incluindo quatro pessoas que sofreram traumatismo craniano e uma que foi baleada, mas felizmente não corre risco de morte. Todos os feridos, que eram torcedores do Cruzeiro, foram socorridos em hospitais da região, como o Franco da Rocha e o Anjo Gabriel. Os agressores, no entanto, conseguiram escapar antes da chegada da polícia, e até o momento, ninguém foi preso.
A Emboscada na Rodovia
A emboscada ocorreu quando o ônibus da Máfia Azul, que retornava de um jogo contra o Athletico Paranaense em Curitiba, foi interceptado pela torcida rival, a Mancha Verde, que havia jogado contra o Fortaleza em São Paulo. O confronto foi considerado uma retalição a um ataque anterior em setembro de 2022, também na mesma rodovia, onde o atual presidente da Mancha foi agredido.
Rena Bohus, advogado dos torcedores do Cruzeiro, revela que os torcedores estavam dormindo no momento do ataque. A situação se agravou quando os torcedores rivais jogaram pregos na estrada, provocando a parada do ônibus. Em seguida, atacaram com coquetéis molotovs, bombas e pedaços de pau, invadindo o veículo e agredindo os ocupantes.
Reações e Consequências
O Ministério Público de São Paulo classificou a ação como "selvageria" e anunciou que tratará a Mancha Verde como uma organização criminosa. O episódio gerou um clamor social em prol da segurança nos estádios e da convivência pacífica entre torcedores. A Procuradoria-Geral da Justiça determinou a participação do Gaeco nas investigações.
Em solidariedade às vítimas, o Ministério Público de Minas Gerais se colocou à disposição das famílias afetadas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, repudiou a violência e afirmou que o futebol não deve ser sinônimo de agressão, prometendo punições severas aos responsáveis.
Posição do Cruzeiro
Por fim, o Cruzeiro divulgou uma nota lamentando o ocorrido e ressaltando a necessidade de pôr fim à violência no esporte, enfatizando que "não há mais espaço para atos criminosos em um ambiente onde a paixão e a alegria devem prevalecer."