Saúde

Teste de DNA-HPV substitui papanicolau no SUS: O que isso significa para a saúde da mulher?

2025-04-02

Autor: Carolina

A partir deste ano, uma revolução na saúde pública brasileira está prestes a acontecer! O tradicional exame papanicolau será gradualmente substituído pelo teste molecular de DNA-HPV no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa mudança promete transformar a forma como diagnosticamos e prevenimos o câncer do colo do útero, que afeta milhares de mulheres no Brasil anualmente.

A nova diretriz, apresentada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) em março, determina que, se o resultado do teste de DNA-HPV for negativo, o intervalo para a próxima coleta será de cinco anos! Isso representa uma grande redução na frequência dos exames, proporcionando mais conforto e menos estresse para as pacientes.

O critério de idade para realização do exame permanece inalterado, com mulheres de 25 a 49 anos sendo as principais beneficiárias do rastreio. O HPV é responsável por mais de 99% dos casos de câncer do colo do útero, uma doença que representa uma seríssima ameaça à saúde pública, com cerca de 17 mil novos casos diagnosticados a cada ano no Brasil.

No entanto, a boa notícia não para por aí! Com vacinas e programas de rastreio em andamento, especialistas acreditam que no futuro é possível erradicar essa doença em aproximadamente 20 anos. O teste molecular já é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o exame primário para detectar o HPV devido à sua maior eficácia em identificar casos positivos e reduzir a mortalidade.

Além de detectar a presença do vírus, o teste de DNA-HPV também identifica o subtipo do HPV. Essa informação é vital, pois apenas certos subtipos estão associados a um risco elevado de câncer. Isso significa que, no caso de um resultado positivo, as pacientes poderão receber cuidados direcionados e específicos.

Itamar Bento, pesquisador do Inca, ressalta que o teste de DNA-HPV oferece um valor preditivo negativo robusto, permitindo que cinco anos sejam um intervalo seguro para exames subsequentes. "A evolução natural da doença e das lesões indica que, se o resultado for negativo, podemos confiar nessa avaliação", afirma.

A implementação do teste acompanhada de rastreio organizado, em que mulheres são ativamente convocadas para realizar os exames, é um ponto crucial para garantir o sucesso dessa estratégia. O ideal é que todas as mulheres no grupo alvo tenham acesso eficiente ao diagnóstico e tratamento, caso necessário.

Entretanto, dados preocupantes mostram que entre 2021 e 2023, apenas três estados no Brasil alcançaram uma cobertura de exames papanicolau próxima de 50%. Outros estados possuem dantes alarmantes, como o Acre e o Maranhão, onde a maioria dos resultados demorou mais de 30 dias para serem entregues, dificultando ações rápidas em caso de necessidade de intervenções.

Além dessas inovações, as diretrizes incluem a possibilidade de autocoleta do material para testes, especialmente em populações de difícil acesso, e garantias de atendimento para pessoas transgênero, não binárias e intersexuais. Esta abordagem inclusiva é uma vitória significativa na luta pela equidade em saúde.

Concluindo, o teste de DNA-HPV representa não apenas uma mudança significativa nos protocolos de saúde da mulher, mas também uma esperança renovada na eliminação do câncer do colo do útero no Brasil. Este é um passo à frente para a saúde pública e para a vida de milhões de mulheres brasileiras!