Um terremoto de magnitude impressionante, considerado o mais forte da história de Mianmar, abalou o país no dia 28 de março de 2025, causando uma tragédia sem precedentes. A região enfrentou tremores violentos que afetaram o norte, o centro e o sul, sendo também sentidos em áreas da Tailândia e no sudoeste da China. De acordo com a mídia estatal, o número de mortos já chega a 3.471, com 4.671 feridos e 214 pessoas ainda desaparecidas.

As equipes de resgate estão atuando incessantemente, mas as fortes chuvas que atingem a região neste fim de semana tornaram a busca por sobreviventes ainda mais desafiadora. As autoridades locais enfrentam dificuldades logísticas para levar ajuda a quem precisa, e as condições climáticas adversas ameaçam complicar ainda mais a situação.

Organizações humanitárias internacionais estão em alerta máximo, pois a combinação de chuvas fora de época e calor intenso pode criar um cenário propenso a epidemias, como cólera, entre os desabrigados. "É uma corrida contra o tempo. A ajuda humanitária precisa chegar rapidamente para evitar uma crise de saúde ainda maior entre os sobreviventes", afirmou um porta-voz de uma ONG que atua na região.

Diversos países vizinhos, incluindo China, Índia e nações do Sudeste Asiático, enviaram ajuda e equipes de resgate a Mianmar. O apoio internacional é crucial, já que a região afetada abriga cerca de 28 milhões de pessoas que agora enfrentam a devastação.

Os Estados Unidos, que uma vez foram líderes em doações humanitárias, prometeram pelo menos US$ 9 milhões para as vítimas do terremoto. Contudo, ex-funcionários da administração Trump destacaram que cortes feitos no programa de ajuda externa prejudicaram a resposta ao desastre. "É lamentável ver um esforço tão importante ser comprometido em um momento crítico", disse Marcia Wong, uma ex-funcionária da USAID.

Na Tailândia, o impacto do terremoto também foi severo, com o saldo de mortos subindo para 24, sendo 17 deles vítimas de um desabamento de um arranha-céu em Bangcoc. A situação de resgate é grave, com 77 pessoas ainda desaparecidas.

A estabilidade em Mianmar é precária desde o golpe de 2021, quando o governo da ganhadora do Prêmio Nobel Aung San Suu Kyi foi derrubado. A economia do país está em frangalhos e os serviços básicos, incluindo saúde, são escassos. A guerra civil em curso já deslocou mais de 3 milhões de pessoas, e a ONU alerta que mais de um terço da população precisa de assistência humanitária urgente.

Apesar de um cessar-fogo ter sido anunciado recentemente, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos informou que a junta militar ainda está restringindo a ajuda em áreas que não apoiam seu regime. A comunidade internacional não pode fechar os olhos para a crise humanitária em Mianmar. É hora de agir!