Contexto da Crise no IBGE

A atmosfera no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se tornou eletricamente tensa nesta última semana, à medida que os trabalhadores se manifestam contra a gestão do presidente Marcio Pochmann. O sindicato que representa os servidores, a Assibge, fez um comunicado na sexta-feira (17) criticando abertamente a presidência do instituto, afirmando que, “em tempos de crise, a administração do IBGE prefere atacar os servidores ao invés de promover um diálogo construtivo e buscar soluções.”

Conflitos e Respostas da Gestão Pochmann

A situação se deteriorou ainda mais após um comunicado da gestão Pochmann, que, na quarta-feira (15), condenou o que chamou de “ataques” por parte de funcionários, ex-funcionários e sindicatos, alegando que certos grupos estão espalhando “mentiras” sobre o IBGE. Tal resposta provocou indignação entre os funcionários, gerando um clima de incerteza quanto à possibilidade de diálogo entre as partes.

A Nova Fundação IBGE+

O foco da contenda é a criação da nova Fundação Pública de Direito Privado, denominada IBGE+, que servidores afirmam ter sido concebida sem a participação da equipe técnica em decisões cruciais. A gestão Pochmann, por sua vez, rejeita essa alegação. Críticos da nova fundação começaram a chamá-la de “IBGE paralelo”, levantando preocupações sobre potenciais conflitos de interesse e a abertura para a realização de trabalhos em benefício de organizações privadas.

Protestos e Descontentamento dos Servidores

A crise já se desdobrou em protestos organizados pela Assibge desde setembro do ano passado e ganhou novos contornos no início de janeiro, quando dois diretores da Diretoria de Pesquisas (DPE) deixaram seus cargos, decisões que, segundo relatos, foram influenciadas por desavenças com a gestão atual. A expectativa de novas saídas, incluindo integrantes da Diretoria de Geociências (DGC), apenas aumenta o clima de instabilidade.

Declarações da Assibge

“Os recentes desligamentos na Diretoria de Pesquisas, somados ao descontentamento de outros membros da administração, demonstram inequivocamente que não se trata de uma mera discrepância entre a gestão e os sindicalistas, mas sim de um descontentamento generalizado entre os servidores”, declarou a Assibge.

Silêncio da Presidência do IBGE

Em resposta a um pedido de comentário da Folha, a presidência do IBGE não se manifestou, criando espaço para especulações e aumentando as dúvidas sobre a integridade das operações do órgão. Pochmann, que assumiu a presidência em agosto de 2023 indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfrenta uma crescente coordenação de vozes opositoras, especialmente nas redes sociais, que questionam a veracidade dos dados apresentados pelo IBGE.

Preocupações da Ex-Presidência

“A atual crise acaba servindo como combustível para alegações infundadas de que a autonomia técnica do IBGE estaria comprometida”, disse a Assibge, reforçando sua posição sobre a veracidade dos dados que o instituto divulga. Para piorar a situação, a ex-presidente do IBGE, Wasmália Bivar, expressou sua preocupação com a crise atual: “O IBGE é projetado para divulgar dados. Quando é notícia por motivos que não dizem respeito a esses dados, isso é nocivo para a instituição.”

Expectativas Futuras

O que acontecerá com o IBGE e seus dados críticos para a economia brasileira? A comunidade e os servidores esperam por respostas, enquanto a tensão continua a crescer. Acompanhe-nos para mais informações sobre essa situação conturbada e suas possíveis implicações!