O cenário de insegurança em Tekoha Guasu Guavirã, uma terra indígena localizada entre os municípios de Guaíra e Terra Roxa, no oeste do Paraná, levou o Ministério da Justiça e Segurança Pública a solicitar um aumento de 50% no efetivo da Força Nacional de Segurança Pública. Isso ocorre após um ataque violento na sexta-feira (03), quando quatro indígenas – incluindo uma criança – foram feridos por disparos de arma de fogo, supostamente oriundos de um grupo armado que cercou a comunidade.

Os feridos são de uma comunidade local que enfrenta repetidos conflitos territoriais. A criança, por exemplo, sofreu um ferimento na perna, enquanto outros três indígenas foram atingidos nas costas, na perna e no maxilar. O Ministério assegurou que, embora as ações imediatas tenham ajudado a restabelecer a ordem, cautelas adicionais estão sendo implementadas para prevenir novas hostilidades.

Vale lembrar que, em novembro do ano anterior, o ministério já havia autorizado a atuação da Força Nacional nas terras indígenas, em apoio à Funai, com o objetivo de garantir a segurança local. No entanto, mesmo após essas intervenções, a pressão por segurança continua, principalmente em virtude das frequentes disputas de território envolvendo indígenas e produtores rurais.

Os ataques não são incidentes isolados. Em dezembro de 2023, mais um ataque resultou em feridos, e anteriormente, em julho, outros dois confrontos foram registrados na mesma área, forçando a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná a reforçar o policiamento na região. A situação é complexa, marcada por uma histórica luta pela terra entre os povos indígenas e os agricultores da região.

Ainda em outubro do ano passado, outro confronto ocorreu em Guaíra, onde agricultores armados invadiram uma área da comunidade Avá-Guarani, resultando em um cenário caótico com veículos e tratores sendo utilizados para atacar os moradores. Apesar de o governo federal afirmar que o clima de insegurança está diminuindo, muitos na comunidade acreditam que o estado de alerta continua elevado.

A Força Nacional, agora em prontidão, está intensificando a vigilância e patrulhamento na área para garantir a segurança dos moradores e, se necessário, auxiliar na relocação para áreas mais seguras dentro da aldeia. O que mais acontecerá nesta região marcada pela tensão? A população espera respostas e ações eficazes diante da grave situação.