Nação

Tallis Gomes é expulso do conselho da Hope após polêmica declaração sobre mulheres CEOs

2024-09-21

O empresário Tallis Gomes, conhecido por sua atuação como CEO da G4 Educação, viu seu nome gyrar as manchetes após ser expulso do conselho consultivo da marca de lingerie Hope. O motivo? Uma declaração extremamente controversa: "Deus me livre de mulher CEO".

A reação não tardou. Sandra Chayo, herdeira e sócia-diretora da Hope, foi enfática em seu comunicado: "Tallis Gomes deixará o conselho consultivo da Hope. Acreditamos que esse é um momento em que ele precisa refletir sobre a importância das lideranças femininas, que trazem não só benefícios para as empresas, mas um avanço para toda a sociedade. Não vamos retroceder".

A diretora ainda sublinhou que a Hope é uma empresa que valoriza a liderança feminina e que a equidade de gênero é um princípio fundamental. "Temos esperança em nossa essência e acreditamos na força da construção conjunta de uma realidade onde a equidade de gênero deixe de ser um tema a ser discutido", completou.

A declaração de Gomes foi feita em uma interação nas redes sociais, ao responder a uma pergunta sobre um hipotético noivado com sua parceira, caso ela fosse CEO de uma grande empresa. Esse tipo de fala causou instantânea repercussão negativa, com figuras proeminentes do mundo empresarial criticando suas opiniões. Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magalu, expressou seu descontentamento no LinkedIn, destacando sua discordância com os comentários de Gomes. Ela encorajou as mulheres a não deixarem que opiniões preconceituosas influenciem suas aspirações: "Quem te irrita, te domina. Não deixemos a irritação nos dominar".

Em resposta à polêmica, a G4 Educação, por meio de uma nota, confirmou que Gomes reconheceu seu erro e pediu desculpas, enfatizando que aquela opinião não representa, de forma alguma, os valores da empresa, que conta com 135 mulheres em seu time.

Essa não é a primeira vez que Tallis Gomes gera controvérsia. Em julho, durante um podcast, ele declarou que não contrata "esquerdistas" para sua empresa e elogiou jornadas de trabalho extremas de até 80 horas por semana. Além disso, ele ressaltou que o trabalho remoto deveria ser reservado apenas para fins de final de semana, desconsiderando a carga horária tradicional.

Gomes admitiu, em conversa com a Folha, que suas declarações polêmicas visavam gerar atenção e, assim, aumentar as vendas. "Eu usei um termo mais polêmico porque sabia que iria chamar atenção. Vivemos uma guerra por atenção, então é positivo para o nosso negócio que haja mais visibilidade e que isso se transforme em vendas", afirmou. O cenário atual evidencia como discursos obscuros podem ter um efeito bumerangue, levando a consequências inesperadas no mundo corporativo.