Saúde

SUS e a Falta de Medicamentos para Obesidade: A Verdade por Trás da Decisão

2025-09-09

Autor: Fernanda

Por Que Não Há Ozempic no SUS?

O Ministério da Saúde revelou que a ausência de medicamentos como Ozempic e similares no Sistema Único de Saúde (SUS) deve-se a considerações de custo-efetividade. A Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) avaliou que o custo anual dos tratamentos com liraglutida e semaglutida impactaria em cerca de R$ 8 bilhões, quase o dobro do orçamento destinado ao programa Farmácia Popular para 2025.

Alternativas Disponíveis no SUS

Embora o SUS não ofereça medicamentos contra obesidade, os serviços públicos disponibilizam alternativas como orientação alimentar, estímulo à atividade física, apoio psicológico e, em casos específicos, cirurgia bariátrica. Contudo, muitos pacientes acreditam que essas abordagens não são suficientes para lidar com o alarmante crescimento da obesidade no Brasil.

O Custo da Obesidade é Alarmante

Um estudo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) revelou que os gastos do SUS com doenças associadas à obesidade podem alcançar até US$ 1,8 bilhão (aproximadamente R$ 10 bilhões) entre 2021 e 2030. Além disso, as perdas indiretas, como anos de vida produtiva, podem somar até US$ 20 bilhões (R$ 110 bilhões). Isso evidencia que tratar a obesidade também é uma questão econômica crucial.

Rejeição da Conitec: Um Padrão Preocupante

A Conitec já havia rejeitado anteriormente a incorporação de outros medicamentos, como orlistate e sibutramina, em parte devido aos custos. A sibutramina, que poderia custar menos de R$ 30 por mês por paciente, ainda não foi incluída no SUS, sem uma justificativa clara do Ministério.

Críticas das Entidades Médicas

Organizações como a SBEM, Abeso e SBD criticam a decisão da Conitec, argumentando que ela vai contra o princípio de universalidade do SUS. Um dos diretores da SBEM, Clayton Macedo, enfatiza que a obesidade é a única doença crônica sem tratamento medicamentoso disponível no sistema público, o que é inconcebível dada a sua relação com mais de 200 condições de saúde.

Investir na Saúde Coletiva

Os especialistas defendem que, apesar de parecer caro, o tratamento da obesidade deve ser visto como um investimento a médio e longo prazo. Investir em medicamentos para obesidade pode reduzir doenças associadas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Movimento por Mudanças nas Políticas de Saúde

Em resposta a essa situação, a SBEM lançou a campanha "Tratamento da Obesidade: Acesso Já", buscando pressionar autoridades e implementar políticas públicas eficazes. Com apoio de diversas entidades, a campanha inclui mobilização digital e articulação política visando impactar o Ministério da Saúde e outros órgãos.

Esperanças para o Futuro

Há uma expectativa de que os custos dos medicamentos diminuam com o tempo, especialmente com a chegada de genéricos no mercado, o que pode tornar tratamentos mais acessíveis. Tanto o Ministério quanto especialistas acreditam que isso pode abrir portas para a incorporação de novas tecnologias no SUS.