Nação

'Surubão' do Arpoador: Entenda os riscos legais e a cultura do sexo ao ar livre no Rio

2025-01-09

Autor: Mariana

Surubão do Arpoador: Polícia investiga orgia entre dezenas de homens no réveillon após vídeo viralizar

Nos primeiros dias de 2025, um vídeo chocante mostrando uma orgia no Arpoador, Rio de Janeiro, rapidamente ganhou notoriedade nas redes sociais, levando a uma investigação pela polícia local. Embora o ato tenha sido registrado nas pedras do famoso ponto turístico, a prática de sexo ao ar livre, conhecida como 'dogging', é mais comum do que muitos pensam em várias regiões da cidade.

O direito penal brasileiro considera que a realização de atos sexuais em locais públicos pode ser classificada como crime, mesmo que não haja testemunhas diretas. Se o ato ocorre em um lugar onde é possível ser visto por outras pessoas, independentemente da presença delas, as consequências legais podem ser sérias. Em resposta ao incidente, a polícia do Rio está utilizando tecnologia avançada, como o reconhecimento facial, para identificar os participantes do evento do Arpoador.

A prática tem ganhado destaque em locais como o Mirante do Pasmado, onde grupos se reúnem em busca de privacidade e excitação. Um frequentador anônimo comentou sobre a atmosfera discreta do lugar, revelando que muitos casais de classe alta se aventuram em busca de novas experiências.

A cultura do sexo ao ar livre no Rio de Janeiro possui características únicas. Os encontros costumam ocorrer em horários alternativos, principalmente entre 22h e 6h, permitindo que os praticantes mantenham um certo grau de anonimato e segurança. Embora algumas pessoas relatem essa prática há pelo menos 30 anos, a visibilidade recente trouxe novos desafios e discussões sobre a liberdade sexual e os limites da moralidade pública.

Na Praia da Reserva, por exemplo, um deck se tornou um hotspot para pessoas que tanto praticam quanto apenas observam o dogging. As regras não escritas do local incluem a observação atenta do entorno antes de se aproximar e garantir que exista consentimento antes de qualquer interação.

''Adrenalina é parte do fetiche'', diz um frequentador, que também comenta sobre os riscos que alguns assumem, optando por lugares mais perigosos, como o Aterro do Flamengo. Esses locais, além da excitação, oferecem um fator de risco que muitos consideram parte do prazer da experiência.

A promotoria local, por sua vez, reforça a importância das patrulhas em áreas conhecidas por essas práticas, ressaltando a necessidade de manter a ordem e o respeito pelo espaço público. O caso do 'Surubão' no Arpoador não só levanta questões sobre a prática do sexo ao ar livre, mas também desperta uma conversa mais ampla sobre a liberdade sexual e seus limites na sociedade contemporânea.

Enquanto alguns se mostram favoráveis à liberdade sexual em espaços públicos, outros defendem a preservação da moralidade em locais que devem ser considerados espaços comuns da sociedade. A criminalização dessas práticas continua a ser um tópico delicado e debatido nas esferas sociais e jurídicas do Brasil.