Movimento para Recuperação Extrajudicial

O grupo varejista St Marche está se movimentando para protocolar seu plano de recuperação extrajudicial em abril, antes do término do período de suspensão de 60 dias, conhecido como stay period, durante o qual estão suspensas as execuções e vencimentos antecipados das dívidas.

Estrutura da Dívida

A empresa busca garantir o apoio de pelo menos um terço dos credores para reestruturar sua dívida, que totaliza aproximadamente R$ 640 milhões. Essa dívida é dividida entre a empresa operacional Hortus, que administra a rede de supermercados, e a holding STM Participações.

Impacto dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs)

Uma parte significativa dessa dívida, cerca de R$ 200 milhões, é composta por Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) que estão nas mãos de aproximadamente 3 mil investidores pessoas físicas. Embora o plano de recuperação ainda não tenha tido a aprovação desses credores, a empresa pode protocolá-lo mesmo sem a aprovação deles.

Negociações com Credores

O grupo está atualmente em negociações com o banco BTG, que atua como gestor do Fundo de Investimento de Direitos Creditórios Não-Padronizados Alternative Assets I, o principal credor de R$ 276 milhões devidos pela holding. O fundo investiu em debêntures que possuem ações da holding e da Hortus como garantia.

Empréstimo DIP e Situação com Fornecedores

Além disso, o St Marche está buscando recursos através de um empréstimo DIP (debtor-in-possession), que visa cobrir pagamentos atrasados a fornecedores e recompor os estoques, enquanto as dívidas com os fornecedores ficarão fora da reestruturação. Em fevereiro, a empresa já tinha R$ 42 milhões em débito com fornecedores e, para se proteger das execuções, protocolou uma medida cautelar.

Busca por Comprador

Simultaneamente, o St Marche continua sua busca por um comprador, sob a supervisão da Vinci Partners. Algumas partes interessadas manifestaram interesse após o pedido de cautelar, e a empresa conversou com uma rede de supermercados premium do Sul. No entanto, a concretização de qualquer acordo só deverá ocorrer após a formalização da recuperação extrajudicial.

Resultados Financeiros Recentes

Nos primeiros nove meses de 2024, o St Marche obteve um faturamento expressivo de R$ 971 milhões e um EBITDA de R$ 103 milhões, representando um crescimento de 8,9% e 19,6% em comparação ao mesmo período de 2023, respectivamente.

Consultoria e Apoio Jurídico

O grupo conta com a consultoria da FTI Consulting e do escritório de advocacia TWK para ajudá-los no processo. Até o momento, o St Marche não se manifestou sobre as circunstâncias atuais.

Fique Atento!

O futuro do St Marche está em jogo e isso pode impactar todo o mercado. Não deixe de acompanhar as novidades!