Você já parou para pensar no que acontece com sua mente enquanto você sonha? Recentes estudos de neurociência têm trazido à tona segredos fascinantes sobre os sonhos e como eles são formados.

Os sonhos são classificados em diferentes estágios durante o sono. No sono de ondas lentas (N3), por exemplo, ocorre pouca ou nenhuma atividade onírica. Em contraste, o sono REM (N4), conhecido por seus movimentos oculares rápidos, é onde os sonhos mais vívidos e elaborados acontecem, apresentando narrativas estruturadas com começo, meio e fim.

Sidarta Ribeiro, renomado neurocientista, compartilhou sua empolgação com os avanços na compreensão da ciência dos sonhos: "Já existe um corpo considerável de conhecimento, resultante de análises objetivas, onde avaliadores humanos foram treinados para ler e julgar relatos de sonhos com base em critérios de complexidade e criatividade." Segundo Ribeiro, os sonhos durante o sono REM não apenas são mais prolongados, mas também tendem a ser mais cinematográficos.

Uma importante inovação no estudo dos sonhos. O estudo mais recente, conduzido por Joshua Martin como parte de sua dissertação de mestrado, introduziu uma ferramenta automatizada que realiza uma avaliação quantitativa dos relatos de sonhos, eliminando viéses subjetivos. Isso representa um avanço significativo, uma vez que métodos computacionais agora podem ser aplicados à análise dos sonhos.

Martin, orientado por Ribeiro e Mark Solms, um pesquisador da África do Sul, verificou que a ideia de que os sonhos ocorrem apenas durante o sono REM é ultrapassada. De acordo com ele, "Agora sabemos que a atividade onírica também acontece em fases não REM, embora com intensidades variadas."

A colaboração internacional também é um ponto alto do estudo, com relatos coletados na África do Sul e analisados no Brasil. Isso não apenas amplia o escopo da pesquisa, mas também proporciona uma análise comparativa da complexidade dos sonhos em diferentes culturas. Os pesquisadores observaram que a ferramenta revelou diferenças na maneira como as pessoas organizam e comunicam suas experiências oníricas, independentemente do idioma.

Embora a essência dos sonhos possa ser bizarra ou confusa, a forma como os indivíduos estruturam suas memórias e as relatam é o que realmente importa, ressaltou Mota, pesquisadora do estudo. "A complexidade dos relatos de sonhos durante o sono REM é visivelmente maior, repleta de informações interconectadas", afirmou.

Os resultados têm implicações significativas para a ciência do sonho, abrindo portas para novas análises a nível global. Com acesso a bancos de dados como o Dream Bank, que possui mais de 20 mil relatos, essa nova ferramenta pode revolucionar nossa compreensão sobre o conteúdo e a natureza dos sonhos ao redor do mundo.

**Prepare-se para ser surpreendido por mais descobertas que podem transformar a maneira como entendemos os mistérios do sono e da mente humana!**