
Sociedades Médicas Reagem à Exclusão de Ozempic e Saxenda do SUS: 'Acesso Apenas para os Ricos'
2025-08-23
Autor: Carolina
Decisão Controverso
A indignação tomou conta de diversas sociedades médicas após a decisão de não incluir os medicamentos Ozempic e Saxenda no Sistema Único de Saúde (SUS). Em nota divulgada, as associações criticam o que chamam de "elitização" do acesso ao tratamento da obesidade, afirmando que a medida fere os princípios de equidade e universalidade do SUS.
Justificativas dos Especialistas
A nota, assinada por entidades respeitáveis como a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso) e a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), ressalta que a inclusão desses medicamentos poderia beneficiar muitos, mas que atualmente o acesso é restrito apenas àqueles que possuem condições financeiras para arcar com os altos custos.
Custo Elevado em Foco
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) justificou a negativa com a alegação de que a inclusão poderia gerar um gasto estimado entre R$ 3,4 bilhões a R$ 7 bilhões em cinco anos. Mas as sociedades médicas questionam essa justificativa, destacando que medicamentos mais acessíveis, como a sibutramina, ainda não foram avaliados pela comissão.
"O alto custo dos medicamentos não pode ser uma barreira para a avaliação de tratamentos que são essenciais para milhares de brasileiros", enfatizam.
Impactos na População Vulnerável
A falta de acesso a tratamentos adequados impacta desproporcionalmente as populações mais vulneráveis, especialmente mulheres negras de baixa renda, que se tornaram alvo da epidemia de obesidade nos últimos anos. Desde 2019, a Conitec já negou cinco pedidos de inclusão de medicamentos para a obesidade, sempre com a mesma justificativa: o custo.
Apelo por Ações Mais Eficazes
Além disso, as sociedades médicas mencionam a ineficácia das políticas públicas no combate à obesidade. Eles criticam a falta de restrições ao acesso a alimentos ultraprocessados, que são uma das principais causas do aumento de peso, e cobram ações mais rigorosas para proteger a saúde das crianças e da população em geral.
Os especialistas concordam que é necessário um esforço conjunto para enfrentar a epidemia de obesidade e garantir que todos os brasileiros tenham acesso aos tratamentos de que necessitam.