Ciência

Simbiossexualidade: A Nova Sensação Que Está Desafiando a Monogamia

2024-11-14

Autor: Pedro

Você já ouviu falar em simbiossexualidade? Uma nova tendência nas relações não monogâmicas está chamando a atenção, e não apenas dos casais abertos, mas também daqueles que optam por relacionamentos monogâmicos. Criado pela pesquisadora Sally Johnston, esse conceito foi apresentado no estudo publicado no Archives of Sexual Behavior e promete revolucionar como entendemos a conexão entre casais.

Segundo a educadora sexual Gabrielle Kassel, a simbiossexualidade se refere ao interesse de uma pessoa solteira ou fora de um relacionamento pela energia e conexão emocional de um casal já estabelecido. Essa busca por uma ligação mais profunda pode ser desconcertante para aqueles que acreditam que o amor deve ser exclusivo.

A simbiossexualidade vai além do simples flerte; ela toca o coração da dinâmica emocional de um relacionamento. Em contextos de poliamor ou trios, essa atração se expande para várias conexões, celebrando a química compartilhada entre múltiplos parceiros e levando a uma nova camada de entendimento sobre atração.

Uma questão importante aqui é que a simbiossexualidade não é uma identidade sexual fixada, como a bissexualidade ou a pansexualidade. A professora de psicologia Wendy Walsh, da Universidade Estadual da Califórnia, destaca que essa forma de atração se encontra no amplo espectro de orientações e desejos humanos. Para muitos, a ideia de se sentir atraído pela interação de um casal pode coexistir com outras identidades sexuais, enriquecendo suas experiências amorosas.

Um ponto fascinante da simbiossexualidade é seu relacionamento com o conceito de “compersão”, que se refere à alegria que sentimos ao ver nosso parceiro se conectando emocionalmente com outra pessoa. Essa reflexão sobre a felicidade do outro pode iluminar um caminho inesperado para conexões mais profundas e saudáveis.

No entanto, a atração dos simbiossexuais não é uma experiência homogênea. Wendy aponta que as motivações podem variar: enquanto algumas pessoas são atraídas pela estética conjunta de um casal, outras são cativadas pela química invisível que transborda entre eles. Além disso, a estabilidade emocional do casal pode ser um imã para aqueles que buscam segurança em suas próprias experiências amorosas.

Casais com fluidez de gênero também atraem a atenção dos simbiossexuais, pois oferecem uma rica tapeçaria de identidades que ampliam a natureza emocional dos relacionamentos. A flexibilidade nas expressões de masculinidade e feminilidade torna esses casais excepcionalmente atraentes.

Wendy sugere que a simbiossexualidade pode ser analisada sob a luz da teoria do apego, onde a segurança e estabilidade percebidas em um casal despertarão o desejos em quem tem antecedentes de apego inseguro. Essa busca por uma base emocional sólida é um aspecto fundamental para a atração que muitos sentem.

Embora o termo simbiossexualidade ainda possa ser novo e desconhecido para muitos, Kassel argumenta que sua introdução pode ser libertadora. Para aqueles que se identificam com essas questões, nomear essa sensação pode ser o primeiro passo para abraçar um novo entendimento sobre seus relacionamentos e conexões.