Negócios

SETOR ELÉTRICO FICA SEM TAXAS EXTRA EM 2025: VEJA A RECUPERAÇÃO APÓS A SECA HISTÓRICA!

2024-12-15

Autor: Matheus

Após um ano marcado pela seca recorde em 2024, o setor elétrico brasileiro finalmente vislumbra uma recuperação com a volta do período chuvoso. Especialistas acreditam que, se as previsões se concretizarem, a conta de luz deve permanecer sem taxas extras durante a maior parte de 2025.

Com o clima mais ameno e com a previsão de chuvas regulares, a expectativa é que o próximo ano traga menos picos de calor e um aumento na precipitação, especialmente durante o verão. Esse cenário otimista permitirá que as bandeiras tarifárias sejam mantidas em níveis favoráveis, com grande possibilidade de se manter a bandeira verde na maior parte do ano.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) utiliza um sistema de bandeiras coloridas para sinalizar as condições de geração de energia. Em circunstâncias de pouca chuva, a ativação de usinas termelétricas, que geram energia a custos mais altos, leva à implementação de bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2, resultando em taxas adicionais na conta de luz.

A diretora de Regulação e Estudos de Mercado da consultoria Thymos Energia, Mayra Guimarães, informou que, embora a expectativa seja de bandeira verde por todo o ano, agosto e setembro devem apresentar bandeira amarela devido à baixa disponibilidade hídrica, com a ativação de termelétricas para atender a demanda.

A recuperação dos reservatórios é um ponto crucial nesse contexto. O sócio-diretor e meteorologista Alexandre Nascimento, da consultoria Nottus, mencionou que as chuvas da segunda quinzena de dezembro devem aumentar os níveis de armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN). Ele explicou que, nas primeiras chuvas, o solo brasileiro se comporta como uma esponja, facilitando a absorção de água e permitindo uma recuperação mais rápida dos reservatórios.

Em 2025, um fenômeno de La Niña de baixa intensidade deve se formar, comumente associado a chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste, enquanto o Sul pode ter precipitações abaixo da média. Porém, de acordo com Nascimento, uma La Niña menos intensa não deve levar a longos períodos de seca no Sul, resultando em um clima mais ameno, menos consumo de energia necessário para refrigeração e menos evaporação nos reservatórios.

A seca histórica de 2024 levou a Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) a declarar situação crítica em diversas bacias hidrográficas, incluindo os rios Paraguai, Madeira, Purus, o trecho baixo do rio Tapajós e o rio Xingu. Porém, há sinais de recuperação: a presidente da ANA, Veronica Sánchez, informou que os níveis de alguns rios começam a apresentar melhora significativa.

A recuperação dos rios Madeira e Xingu é essencial, visto que abrigam grandes hidrelétricas responsáveis pela geração de uma parte considerável da energia do Brasil, como Belo Monte, Santo Antônio e Jirau. A tendência de recuperação dos volumes é um alívio para operações energéticas do país, garantindo maior estabilidade no fornecimento.

Além disso, devido ao impacto da seca, a agência ajustou as autorizações de vazão das usinas de Jirau e Belo Monte, permitindo que estas operem com mais flexibilidade. Essas decisões foram fundamentais para garantir a continuidade da geração de energia, evitando interrupções no sistema elétrico e assegurando a vitalidade do setor durante um período tão desafiador.

A luz no fim do túnel parece brilhar para o setor elétrico brasileiro, e a boa notícia é que consumidores podem se preparar para um ano de 2025 com contas de luz mais leves e menos surpresas financeiras!