Faltando apenas 13 dias para sua posse para mais um mandato à frente da prefeitura, Ricardo Nunes se mostra cauteloso ao discutir seu futuro e já dá indícios de que pretende preparar seu sucessor. O prefeito ressaltou que sua gestão será sempre em parceria com o governador Tarcísio de Freitas, sinalizando uma continuidade de projetos e iniciativas.

Durante uma conversa aberta com a imprensa, Nunes abordou diversos temas importantes, especialmente sobre a prestação de serviços funerários, que ele reconhece ter passado por um processo de melhoria, mas que ainda enfrenta desafios significativos. 'Esse era o pior serviço da prefeitura. E hoje está melhor', afirmou ele, apesar das inúmeras reclamações de cidadãos sobre o descumprimento de normas e problemas com a falta de aviso em relação a jazigos.

O aumento no número de agências funerárias, que passou de 14 para mais de 40, e a ampliação da frota de veículos indicam um progresso, mas Nunes admite que a solução não é imediata e requer uma implementação gradual. Ele também destacou que negociações com as concessionárias estão em andamento para acelerar a reforma dos cemitérios, cuja conclusão está prevista para 2027.

Em outro ponto, o prefeito reafirmou sua intenção de seguir com a construção do túnel na Rua Sena Madureira, apesar da resistência de alguns moradores e de uma decisão judicial que barrava a obra. 'Aquela obra tem que acontecer. É um projeto que visa melhorar o trânsito da cidade. Não vou desistir, nem que eu tenha que ir até a Corte de Haia', garantiu Nunes.

A desapropriação de casas para viabilizar o túnel foi uma questão delicada, mas Nunes se comprometeu a indenizar os moradores afetados, defendendo que essa era uma medida necessária para o benefício coletivo.

Nunes também fez um anúncio polêmico envolvendo a parceria para revitalização do Largo da Batata, que foi cancelada devido a mudanças em termos previamente acordados pela empresa interessada. 'Não autorizamos a troca de nome do Largo da Batata, e o que eles propõem fere os protocolos de proteção do espaço público', explicou.

Outro assunto que gerou repercussão foi a intenção de enterrar parte da fiação da cidade para evitar apagões, uma promessa que encontra resistência devido aos altos custos que a empresa responsável, Enel, tem cobrado. 'Precisamos enfrentar essa situação judicialmente, pois não é aceitável essa impossibilidade de resolver internamente', enfatizou Nunes.

No campo da educação, o prefeito já anunciou planos de ceder a gestão de algumas das escolas de menor desempenho à iniciativa privada, seguindo o modelo adotado com o Liceu Pasteur. Além disso, ele defendeu a recente mudança na lei do magistério, que altera a escolha de turnos por parte dos professores, enfatizando que o foco deve sempre ser no aluno e não na preferência do educador.

Os desafios seguem com a necessidade de uma reforma na rede escolar, competindo para alcançar melhores índices de educação básica. O prefeito falou sobre a necessidade de implementar um gerenciamento eficaz, que permita a troca de diretores quando necessário, visando aprimorar a qualidade do ensino na cidade.

A expectativa para o segundo mandato é de continuidade na busca por privatizações e parcerias público-privadas. Nunes elencou vários projetos que gostaria de implementar, como o Parque Dom Pedro e melhorias na Esplanada da Liberdade.

Ricardo Nunes também respondeu a questionamentos sobre o impacto da reforma tributária nas finanças da prefeitura. Apesar da redução na arrecadação do ISS, Nunes se mostrou otimista: 'Teremos gás total para novos investimentos. Nossa agenda está cheia de concessões e parcerias', concluiu.

Enquanto isso, os olhos estarão voltados para seu sucessor, que promete ser moldado sob a liderança de Nunes, já que ele anunciou a intenção de deixar um legado duradouro em sua cidade. O que mais essa gestão trará antes do fim do mandato em 2028? Fique atento!