Prefeito Propõe Participação da Comunidade na Segurança

Em um movimento ousado, o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, anunciou nesta segunda-feira (25/8) um projeto inovador de segurança comunitária. Isso vem à tona em meio às discussões sobre a possível retirada da Guarda Municipal dos centros de saúde da cidade. A ideia é envolver a comunidade local na vigilância dos arredores das unidades de saúde, complementando o trabalho dos guardas e ajudando a prevenir conflitos.

Mudanças à Vista na Estrutura da Guarda Municipal

Damião revelou que a Prefeitura está desenvolvendo estudos para reorganizar as funções da Guarda Civil Municipal. A proposta inclui uma retirada gradual dos agentes das Unidades Básicas de Saúde, mantendo-os apenas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Essa mudança, com previsão para ocorrer entre o fim de agosto e o início de setembro, visa aprimorar a presença do efetivo nos locais mais críticos da cidade.

Aumentando o Efetivo e Melhoria na Qualidade de Vida dos Guardas

O prefeito destacou a prioridade de aumentar o efetivo da Guarda Municipal para cerca de três mil agentes, ressaltando a importância de garantir não só a quantidade, mas também a qualidade de vida dos profissionais.

Vigilância Comunitária: A Nova Fronteira na Segurança

Damião explicou que a presença constante de guardas nas unidades de saúde poderá ser substituída pela atuação de membros da própria comunidade. A vigilância comunitária é parte central do pacote de segurança proposto, aumentando a chance de resolver conflitos antes que escalem. A expectativa é que esse sistema permita uma resposta rápida da Guarda Municipal nas situações de emergência.

94% dos Conflitos Poderiam Ser Abençoados Sem a Presença de Guardas

O gestor municipal revelou que a maior parte dos conflitos registrados nos postos de saúde é resultado de estresse, ressaltando que os mediadores comunitários devem ser treinados para ajudar a resolver as situações, permitindo que a Guarda seja chamada apenas quando estritamente necessário.

Dados Alarmantes Sobre Violência em Unidades de Saúde

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, de janeiro a junho de 2025, foram reportados 603 episódios de violência nas unidades de saúde da capital, sendo 66 deles casos de agressão física.

Como Funcionará a Nova Estrutura?

- **Vigilância da Vizinhança**: Guardas farão rondas nas proximidades das unidades de saúde.

- **Mediadores Comunitários**: Serão treinar pessoas da comunidade para orientar pacientes e diminuir tensões.

- **Resposta Rápida**: Em casos graves, a Guarda chegará em aproximadamente 2 a 3 minutos.

- **Redução de Estresse**: O foco será na segurança, evitando a necessidade de intervenções em conflitos cotidianos.

- **Integração com Profissionais de Saúde**: Enfermeiros e médicos trabalharão junto aos mediadores comunitários.

Prazo para Implementação e Monitoramento Contínuo

Os estudos sobre essa nova abordagem devem ser finalizados até o fim de 2025, e um pacote de medidas será apresentado ainda este ano, com flexibilidade para adaptações conforme o feedback da população.

Reforço no Efetivo da Guarda Municipal

Recentemente, a Prefeitura anunciou a nomeação de 500 novos guardas municipais, aprovados no concurso de 2019. Essa medida busca fortalecer a segurança da cidade, enquanto os guardas já em serviço poderão ser realocados para patrulhar áreas estratégicas.

Reações da Comunidade e de Instituições de Saúde

Com a crescente preocupação em relação à segurança nos centros de saúde, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e o Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais têm se manifestado em defesa da presença dos guardas, afirmando que sua retirada pode comprometer a segurança de profissionais e pacientes.

Esse movimento da Prefeitura de Belo Horizonte representa um passo significativo rumo a uma nova era de segurança no setor de saúde, com foco na inclusão da comunidade e na humanização do atendimento.