A Defesa Civil de São Paulo anunciou que a capital registrou, na última sexta-feira, o terceiro maior volume de chuva desde 1961, com impressionantes 125,4 milímetros, sendo que 82 milímetros caíram em apenas uma hora, entre 15h e 16h. Esse foi o maior índice de chuva em 60 minutos desde 25 de julho de 2006.

Com o forte temporal, muitas ruas e avenidas foram alagadas, e estações de trem e metrô enfrentaram sérios problemas. Carros foram arrastados pela enxurrada, enquanto passageiros lutavam para se equilibrar em bancos e corrimãos nas áreas inundadas. Algumas regiões da cidade enfrentaram precipitações superiores a 100 milímetros em pouco mais de duas horas, um volume que superou a média total do mês de janeiro, que era de apenas 85,4 milímetros até aquele momento, conforme dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE).

Além disso, a Defesa Civil emitiu um alerta via SMS às 15h56, solicitando que a população buscasse abrigo e se mantivesse em locais seguros. O temporal provocou a interrupção do fornecimento de energia elétrica para 166.245 imóveis na área de concessão da Enel. Antes da chuva, havia pouco mais de 25 mil clientes sem luz.

A tecnologia usada pela Defesa Civil, conhecida como "cell broadcast", não requer instalação de aplicativos e funciona através da localização dos usuários por torres de transmissão, emitindo alertas diretamente na tela de bloqueio dos celulares.

Infelizmente, o desabamento de parte do teto do Shopping Center Norte, localizado na Zona Norte, foi um dos incidentes relacionados às chuvas intensas. A administração do shopping confirmou que não houve feridos e que a área afetada foi devidamente isolada.

Os problemas se estenderam ao transporte público: a linha 1-Azul do metrô teve a circulação interrompida entre as estações Tucuruvi e Jardim São Paulo-Ayrton Senna devido ao alagamento. Isso afetou também a Linha 2-Verde, complicando o trajeto dos cidadãos que voltavam do trabalho. Na linha 7-Rubi da CPTM, a circulação dos trens foi suspensa no trecho entre Botujuru e Campo Limpo Paulista por conta das condições adversas.

O caos nos transportes contribuiu para que, por volta das 17h40, a cidade registrasse mais de mil quilômetros de congestionamento, de acordo com informações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Além disso, meteorologistas indicam que novas chuvas podem ocorrer nos próximos dias, o que levanta preocupações sobre a já delicada situação em São Paulo. Cidadãos devem continuar atentos às recomendações das autoridades e se preparar para possíveis novas adversidades.