Tecnologia

São Paulo Revoluciona Combate a Carros Roubados com Inteligência Artificial e Base de Dados Federal

2025-01-15

Autor: Carolina

Introdução

A cidade de São Paulo está prestes a dar um salto significativo em sua luta contra a criminalidade automotiva. Com a inovadora iniciativa Smart Sampa, que já conta com 20 mil câmeras instaladas por toda a metrópole, sendo 4 mil equipadas com tecnologia de reconhecimento de placas, a Prefeitura está empregando inteligência artificial e acesso a bases de dados federais para otimizar as buscas por veículos roubados.

Funcionamento do Sistema

As câmeras, posicionadas em locais estratégicos da cidade, têm a capacidade de ler as placas dos veículos que passam, analisando suas informações através da tecnologia OCR (reconhecimento óptico de caracteres). Caso um carro roubado seja identificado, um alerta é rapidamente enviado para a central de monitoramento, onde as equipes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) podem agir para interceptar e prender os suspeitos, além de recuperar os veículos.

Integração com o Córtex

Outra grande novidade é a integração do sistema municipal ao Córtex, uma base de dados federal. Isso significa que a Prefeitura irá acessar, via API, informações relativas a veículos roubados, além dos dados já utilizados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da Secretaria de Segurança Pública. Essa profunda troca de informações promete expandir significativamente a eficácia na localização de veículos furtados, tornando a resposta policial mais rápida e precisa.

Expansão da Integração

Inicialmente, a integração com o Córtex se dá apenas para a consulta de placas, mas a administração municipal deixou claro que há planos de expandir essa associação para incluir outros dados, como informações sobre mandados de prisão e pessoas desaparecidas. O sistema Smart Sampa já demonstrou ser um aliado eficaz nas operações de segurança pública, com mais de 1.500 criminosos detidos e 29 pessoas desaparecidas recuperadas até o momento.

Controvérsias e Questões Éticas

Por outro lado, o uso de tecnologias de reconhecimento facial e de placas não escapa da controvérsia. Especialistas, como Pedro Monteiro do Lapin, apontam que a inteligência artificial, principalmente em relação ao reconhecimento facial, pode falhar ao identificar pessoas de pele mais escura, o que levanta questões sérias sobre discriminação e eficácia. Além disso, o pesquisador Pedro Saliba da Data Privacy Brasil ressalta a importância de um controle rigoroso no acesso a essas informações, destacando o risco de vigilância excessiva e abuso de poder.

Incidentes Alarmantes

Recentemente, um caso alarmante veio à tona quando um delegado da Polícia Civil do DF foi ameaçado por hackers que alegavam ter acesso ao Córtex e que conheciam o local e os horários de seu veículo. Embora os criminosos tenham sido posteriormente presos, o incidente destaca a fragilidade das informações e a importância de sua proteção.

Falta de Transparência

As críticas não param por aí. Outra problemática é a falta de transparência na implementação dessas tecnologias. Muitas organizações da sociedade civil defendem que a adoção de sistemas de segurança como esses deve incluir maiores consultas à população para discutir os prós e contras, além de exigirem relatórios de impacto que comprovem a eficácia e a necessidade de aprimoramento das tecnologias empregadas.

Conclusão

Em resumo, enquanto São Paulo avança em sua estratégia de segurança através de tecnologia de ponta, a reflexão sobre privacidade, ética e transparência se torna cada vez mais urgente. A junção de inteligência artificial e banco de dados federais pode, de fato, revolucionar a segurança pública, mas só o tempo dirá se essa inovação será um exemplo de progresso ou um passo em direção a uma vigilância desmedida.