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Santander inicia a temporada de balanços do 3T24 com resultados positivos, mas ação desaba 5%

2024-10-29

Autor: Carolina

O Santander Brasil (SANB11) começou a temporada de balanços do terceiro trimestre de 2024 (3T24) revelando um lucro líquido de R$ 3,66 bilhões, um aumento impressionante de 34,3% em relação ao ano anterior e levemente superior às expectativas do mercado que projetavam R$ 3,50 bilhões. Entretanto, a reação do mercado não foi positiva, com as ações do banco despencando 5,13% em um dia, fechando a R$ 27,39.

Durante a apresentação dos resultados, o CEO Mario Leão destacou a necessidade de o banco adotar uma postura conservadora em relação à expansão da carteira de crédito nos próximos trimestres, especialmente devido aos desafios do ambiente macroeconômico brasileiro, que mostram sinais de piora.

O Itaú BBA elogiou os resultados, apontando que o lucro líquido ficou 4% acima das suas previsões, destacando as boas tendências no setor. A carteira de empréstimos permaneceu estável, uma vez que o Santander optou por reduzir os empréstimos corporativos; no entanto, o financiamento ao consumidor apresentou um crescimento de 5% no trimestre, acumulando um aumento de 20% no ano.

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) foi de 17%, um progresso em relação aos 15,5% do segundo trimestre e 13,1% do mesmo período do ano passado. Além disso, tanto a margem financeira dos clientes quanto a do mercado apresentaram crescimento, com respectivamente 3% e 26% no trimestre.

O crescimento das receitas de serviços também foi notável, com um aumento de 3% no trimestre e 13% no ano, impulsionando as receitas gerais em 3%. Por outro lado, a taxa de inadimplência (NPL) permaneceu estável em 3,2%, enquanto a formação de inadimplência caiu 10 pontos-base.

As despesas com provisões e o custo de risco estiveram dentro das expectativas, enquanto as despesas operacionais (Opex) cresceram menos que as receitas em 2% trimestre a trimestre, mostrando ganhos de eficiência. As recomendações para as ações SANB11 continuam positivas por parte de instituições como o Itaú BBA, que espera uma reação favorável após o balanço.

No entanto, a XP também fez suas observações, ressaltando que, apesar dos resultados sólidos, o LPA (lucro por ação) superou as expectativas, evidenciando um crescimento nas linhas de crédito para pessoas físicas e pequenas e médias empresas (PMEs). A inadimplência acima de 90 dias continuou em um nível confortável de 3,2%.

Em contrapartida, o JPMorgan mostrou uma visão mais cautelosa, considerando que os números seguiram suas estimativas e que o lucro antes dos impostos foi 1% inferior ao esperado. As análises indicam que o crescimento dos empréstimos perdeu força, especialmente entre as corporações, que apresentaram uma queda de 6,6% na base trimestral.

Analistas do Goldman Sachs comentaram que, embora os lucros antes dos impostos tenham ficado acima de suas projeções, o banco pode enfrentar uma reação moderada no mercado devido à falta de consenso em relação a esses números. No geral, o mercado parece dividido em suas expectativas para o Santander, que mesmo apresentando uma base sólida, enfrenta um cenário desafiador.