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Salário mínimo: aumento real, mas poder de compra do brasileiro estagnado até 2026, revela estudo alarmante

2025-01-07

Autor: Mariana

Um estudo recente da consultoria LCA 4intelligence trouxe a preocupante notícia de que, mesmo com o aumento real do salário mínimo para R$ 1.518,00 em 2025, o poder de compra do trabalhador brasileiro continuará estagnado até 2026. O reajuste de 7,5% é significativo, mas, diante de um cenário com o dólar em alta e uma previsível elevação nos preços dos alimentos, a situação financeira da população não deve melhorar.

Com isso, a preocupação social aumenta, já que o poder de compra do brasileiro para adquirir a cesta básica se manterá abaixo dos níveis pré-pandemia. A pesquisa realizada pelo Datafolha mostra que 61% da população acredita que a economia segue em um caminho negativo. Isso reflete um sentimento de insatisfação, mesmo com a taxa de desemprego no menor patamar histórico e aumento da renda.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta desafios em sua reeleição em 2026, uma vez que a inflação e o descontentamento popular podem impactar diretamente sua trajetória política. Especialistas apontam que a combinação de preços elevados e salários que não acompanham a inflação tem gerado uma sensação de desprezo entre os eleitores.

Bruno Imaizumi, economista da LCA, ressalta que, desde 2020, o trabalhador brasileiro perdeu poder de compra, principalmente devido à pandemia e ao impacto prolongado da crise geopolítica entre Rússia e Ucrânia, que afetou as cadeias de abastecimento e os preços globais dos alimentos. De acordo com as projeções, não será possível retornar aos patamares de poder de compra anterior à pandemia dentro dos próximos anos.

Enquanto isso, a economia também enfrenta a pressão de fatores climáticos extremos que têm afetado a produção agrícola em diversos países, não apenas no Brasil. As esperadas colheitas recordes de 2023 não parecem suficientes para reverter a situação a curto prazo.

O cenário coloca uma enorme responsabilidade sobre o governo, que deve demonstrar comprometimento com a estabilidade fiscal a fim de valorizar o real e criar um ambiente favorável para o crescimento. Por último, é importante que o governo implemente estratégias eficazes para mitigar os efeitos da inflação nos preços dos alimentos e reverter a desconfiança da população, visando não apenas a melhoria do poder de compra, mas também uma comunicação eficaz sobre a saúde da economia.