Na Praia da Enseada, onde a Prefeitura de Guarujá relatou o escoamento de esgoto clandestino, a situação de saúde pública se torna preocupante. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) afirmou que os sistemas de água e esgoto da Baixada Santista estão operando normalmente e sujeitos a monitoramento constante. Em nota, a empresa afirmou que 'o surto de virose não está relacionado com a operação da companhia'.

Em contraposição, a Prefeitura de Guarujá sugeriu que o aumento dos casos de virose poderia estar ligado ao esgoto clandestino, embora a Sabesp tenha negado ter sido notificada sobre esse problema.

Até o momento, a origem do surto permanece desconhecida, mas amostras de água coletadas na Praia da Enseada foram enviadas ao Instituto Adolfo Lutz para análise, visando esclarecer os casos de gastroenterocolite aguda.

Infelizmente, a situação é ainda mais alarmante, uma vez que Guarujá possui cerca de 45 mil imóveis irregulares. O despejo irregular de esgoto pode estar comprometendo a qualidade das águas, assim como a balneabilidade das praias, alertou a Sabesp. As redes de drenagem que deveriam lidar com as águas pluviais acumuladas estão despejando no mar, acarretando sérios riscos à saúde pública.

Dados alarmantes têm sido reportados sobre a situação nos hospitais locais: as unidades de saúde estão superlotadas, com farmácias esvaziadas de medicamentos essenciais. A cidade viu um aumento significativo nos atendimentos devido a sintomas relacionados à virose, que incluem diarreia, náuseas, vômitos, cólicas e febre. Nos últimos meses, os números de atendimentos apenas aumentaram, com Guarujá registrando 2.064 atendimentos em unidades de pronto atendimento só em dezembro.

Os hospitais das cidades vizinhas também sofrem com a pressão. Bertioga e Cubatão relataram aumento nas demandas, e a situação em Santos, onde 2.264 atendimentos também foram registrados, é igualmente crítica.

A Prefeitura de Guarujá se esforçou para aumentar a capacidade de atendimento, trazendo reforços de médicos e enfermeiros, além de ampliar horários de funcionamento nas unidades de saúde.

Apesar do surto, os turistas continuam a visitar as praias da Baixada Santista. Entre os dias 3 e 4 de janeiro, mais de 123 mil veículos acessaram a região, segundo a Ecovias, responsável pela administração das rodovias que dão acesso ao litoral.

O infectologista Leandro Curi explicou que a virose é disseminada por água e alimentos contaminados, e orientou a população sobre os cuidados para evitar contaminações, enfatizando a importância da higiene e da qualidade da água consumida.

Medidas de prevenção foram reforçadas, como evitar alimentos mal cozidos, optar por água filtrada e monitorar a balneabilidade das praias. O boletim da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) revelou que 38 das 175 praias monitoradas estavam em condições impróprias para banho, ressaltando a necessidade de cautela em relação à saúde pública na região.

Fique atento: o litoral pode parecer convidativo, mas a saúde da população deve estar sempre em primeiro lugar. Continue acompanhando as atualizações sobre a crise de virose na Baixada Santista e garanta sua proteção!