No dia 25 de dezembro, a Rússia desferiu um ataque massivo contra as instalações de energia da Ucrânia, lançando mais de 70 mísseis e uma centena de drones. Essa ação brutal deixou uma pessoa morta e milhares de lares sem energia elétrica e aquecimento, em plena celebração do Natal, conforme informações do governo ucraniano.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, expressou sua indignação ao afirmar que Vladimir Putin "escolheu deliberadamente o dia de Natal para atacar. O que poderia ser mais desumano?" Ele confirmou que, apesar de mais de 50 mísseis e diversos drones terem sido abatidos pelas defesas aéreas, muitos projéteis conseguiram atingir o alvo, causando apagões generalizados em várias regiões do país.

A Força Aérea Ucraniana reportou a interceptação de 78 mísseis e 106 drones, conseguindo derrubar 59 mísseis e 54 drones, mas os danos ainda assim foram severos. "O terror é a resposta de Putin àqueles que mencionaram um ilusório 'cessar-fogo de Natal'", afirmou o chefe da diplomacia da Ucrânia, Andrii Sibiga.

Os ataques afetaram seis regiões diferentes, resultando, além da morte mencionada, em pelo menos seis feridos. O vice-primeiro-ministro Oleksii Kuleba confirmou a morte de um trabalhador em uma central térmica na cidade de Dnipro.

Em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, aproximadamente meio milhão de residências ficaram sem eletricidade, aquecimento e água quente, alertou o governador da região, Oleg Sinegubov. Em consequência, a infraestrutura de aquecimento do país sofreu impactos severos em pleno inverno.

Desde o início da guerra em fevereiro de 2022, a Rússia tem causado danos significativos ao sistema de energia da Ucrânia, resultando em apagões frequentes, cada vez mais comuns. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, condenou categoricamente os ataques à infraestrutura ucraniana, elogiando a resiliência do povo ucraniano.

Este foi o 13º ataque em larga escala contra o sistema energético ucraniano apenas este ano, e a empresa DTEK informou que os danos às suas centrais térmicas foram consideráveis. O diretor-geral da DTEK, Maxim Timchenko, descreveu o ataque como um "ato depravado e maligno", enfatizando que privar milhões de pessoas pacíficas do calor e da luz, especialmente no Natal, é inaceitável.

A Ukrenergo, empresa nacional de energia elétrica, anunciou cortes de energia em várias áreas, incluindo Ivano-Frankivs, a centenas de quilômetros da linha de frente, evidenciando a extensão dos danos.

Enquanto isso, no lado russo, um bombardeio ucraniano em Lgov resultou na morte de quatro pessoas, de acordo com o governador Alexander Khinshtein.

É importante destacar que a Ucrânia celebra o Natal no dia 25 de dezembro desde 2023, mudando-se do calendário juliano tradicional, utilizado pela Igreja Ortodoxa Russa, em um ato simbólico de resistência ao domínio russo.

Putin prometeu mais "destruição" à Ucrânia após um ataque aéreo a Kazan, indicando que a escalada deste conflito não mostra sinais de desaceleração. Nos últimos meses, tanto a Rússia quanto a Ucrânia intensificaram os bombardeios enquanto se preparam para um novo ciclo de hostilidades em meio a mudanças políticas nos Estados Unidos e uma situação crítica no terreno.