Rogério Andrade, o temido bicheiro do Rio, é preso após nova acusação de homicídio em guerra do crime
2024-10-29
Autor: Lucas
Na manhã deste terça-feira (29), a polícia prendeu Rogério Andrade, um dos bicheiros mais poderosos do Rio de Janeiro, conhecido por seu envolvimento em uma longa história de crimes relacionados ao jogo do bicho. Andrade, que é presidente de honra da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, foi detido em sua residência na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, após ser acusado de ordem para assassinar o rival Fernando Iggnácio em uma disputa de controle sobre o jogo e máquinas caça-níqueis.
O triste episódio remonta a novembro de 2020, quando Fernando Iggnácio, recém-chegado de Angra dos Reis, foi emboscado e morto com vários tiros na cabeça. Esta morte é parte de um conflito familiar que se arrasta há décadas entre os descendentes de Castor de Andrade, ex-chefe do jogo do bicho, que faleceu em 1997. Após sua morte, a disputa pelo domínio dos negócios cresceu ainda mais acirrada, envolvendo Rogério e outros herdeiros.
Desde então, Rogério Andrade tem sido acusado de várias violências e até mesmo de ser o mandante do assassinato de Paulinho, seu primo e rival, assassinado em 1998. As investigações sobre o assassinato de Iggnácio ressurgiram com novas evidências, levando o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a reabrir o caso.
Entre os principais indícios estão mensagens trocadas entre Andrade e seu chefe de segurança, onde ele se refere a um possível plano de expansão de seus negócios e menciona quem deveria ser o alvo, descrevendo Fernando Iggnácio pelo apelido "Cabeludo". O uso de codinomes e a linguagem cifrada revelam a natureza clandestina e violenta das operações que estão sendo investigadas.
Além das mensagens, a conexão entre os crimes foi reforçada pela descoberta de fuzis utilizados em ataques anteriores contra seguranças de Iggnácio, que estavam na posse dos indivíduos que posteriormente cometeram o homicídio do rival.
Na mesma operação, as autoridades também detiveram Gilmar Enéas Lisboa, um policial militar reformado, por ser apontado como cúmplice que auxiliou na vigilância e planejamento do assassinato. Essas prisões acendem um alerta para a continuidade das investigações que buscam desmantelar essa rede criminosa que assola o Rio de Janeiro e suas comunidades.
Rogério Andrade permanece em silêncio desde sua detenção, mas o que se desenha a partir de agora é uma nova mudança na dinâmica do jogo do bicho na capital carioca e a esperança de que a justiça finalmente alcance aqueles que se sentem acima da lei.