Os Sinais de Alerta da Depressão entre os Jovens

Quando pensamos em depressão, logo imaginamos os jovens se afastando das atividades físicas, enfrentando problemas de apetite ou se afundando em doces e redes sociais durante a noite. Fato é que esses comportamentos podem ser a ponta do iceberg de um problema muito mais profundo.

Hábitos Não Saudáveis: A Raiz do Problema?

A ciência aponta que hábitos prejudiciais geralmente surgem antes dos sintomas depressivos. No entanto, reunir dados concretos sobre saúde mental ainda é um desafio, especialmente no Brasil, onde mais de 54% dos universitários apresentam sinais de depressão, conforme revelou o estudo UNILIFE-M.

Uma Pesquisa Revolucionária

Esse estudo inovador envolve mais de 20 mil estudantes de 62 universidades em 28 países, incluindo 11 no Brasil. O foco é acompanhar a saúde mental dos jovens por três anos e meio, avaliando desde padrões de sono e alimentação até o uso de substâncias.

Habilidades e Hábitos: Qual é a Ligação?

Até o momento, os dados indicam que jovens com múltiplos hábitos pouco saudáveis têm 3,3 vezes mais chances de desenvolver depressão comparados aos que mantêm uma rotina saudável. Curiosamente, aqueles que praticam alguns bons e outros maus hábitos também correm um risco elevado, 3,4 vezes maior.

O Desafio da Faixa Etária

Os transtornos mentais, segundo o professor Thiago Matias, são mais comuns entre os jovens de 16 a 18 anos. Embora muitos acreditem que os jovens sejam menos suscetíveis a problemas mentais, os desafios modernos como pressão social e estresse acadêmico têm exacerbado essa situação.

O Que o Estudo Revela?

Ao longo dos primeiros anos da faculdade, 42,3% dos jovens têm hábitos saudáveis, enquanto 44% lutam contra rotinas prejudiciais. A pesquisa está dividida em três grupos, apontando que a combinação de bons e maus hábitos resulta em um aumento do risco de depressão entre os jovens.

A Influência do Uso de Substâncias e de Telas

Os pesquisadores estão observando como o uso de substâncias, como álcool e drogas, em conjunto com o tempo excessivo em telas, tem se mostrado fatal na contribuição para os sintomas da depressão. O professor Matias coloca em questão o uso da maconha, que pode produzir um alívio momentâneo, mas que, em muitos casos, aumenta a ansiedade a longo prazo.

A Importância da Atividade Física

Os dados respaldam o papel protetor da atividade física para a saúde mental. Além de melhorar o bem-estar, exercitar-se cria uma rotina saudável e promove interações sociais, fatores cruciais para o histórico de pertencimento entre os jovens.

Um Chamado à Ação para as Universidades

O estudo enfatiza que o ambiente universitário deve ir além da formação acadêmica e oferecer suporte à saúde mental dos jovens. É vital que as instituições ajudem esses novos adultos a adotarem hábitos saudáveis e enfrentarem os desafios emocionais da vida universitária.