Ricardo Nunes tomou posse para mais um mandato como prefeito de São Paulo e prometeu um "governo de continuidade", mas com "avanços e melhorias". Ele enfatizou que trará as lições aprendidas durante a gestão de Bruno Covas, de quem herdou o cargo em maio de 2021.

"O Brasil precisa ser pacificado consigo mesmo. Onde reina o trabalho, não reina a discórdia, onde reina a colaboração, não reina a divisão e onde reina o propósito, não reina o confronto. São Paulo e o Brasil precisam de resultados, porque o povo quer avanços e não solavancos", declarou Nunes em seu discurso de posse. Ele reafirmou seu compromisso de dialogar e abrir canais de comunicação com toda a população.

Após o discurso, Nunes e o novo vice-prefeito, Mello Araújo, conversaram brevemente via videoconferência com o ex-presidente Jair Bolsonaro. O prefeito expressou que precisava se dirigir ao Theatro Municipal, onde aconteceria uma solenidade para marcar oficialmente o início de sua nova gestão.

Nunes fez um balanço de sua gestão anterior, lembrando dos "piores momentos" da cidade durante a pandemia de Covid-19 e exaltando a resiliência dos paulistanos. Ele relatou que, nos últimos quatro anos, a cidade recebeu R$ 36 bilhões em investimentos, incluindo a construção de unidades de saúde e a contratação de novos agentes da Guarda Civil Metropolitana, prometendo ainda mais 2 mil guardas em sua nova administração.

O prefeito enfatizou melhorias nos índices de educação e a construção de novas unidades habitacionais, além de obras de infraestrutura, como canalização de córregos e contenção de enchentes. "Essas obras não são de cartão-postal, mas são fundamentais para cuidar das pessoas", ressaltou. Em seu primeiro mandato, Nunes enfrentou dificuldades para implementar obras estruturantes na área de mobilidade, como novos corredores e terminais de ônibus, assim como a prometida duplicação da estrada do M'Boi Mirim, na Zona Sul.

"A melhoria contínua da educação é uma meta pessoal. O aluno será prioridade. O foco da nossa gestão é o aluno, que deve ter toda a atenção necessária", afirmou Nunes, acrescentando que não se comprometerá com obras faraônicas.

Em sua fala, Mello Araújo agradeceu a Deus, à sua família e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que o incentivou a entrar para a política. Ele destacou a importância da união para a melhoria da cidade e expressou seu desejo por "uma cidade com zero crimes". Araújo reafirmou que a missão de sua gestão será respeitar o dinheiro público e transformar a vida das pessoas, garantindo segurança, saúde, educação e mobilidade.

A posse foi marcada por momentos tensos, especialmente quando a vereadora Zoe Martinez fez um discurso defendendo Bolsonaro, o que gerou reações adversas de representantes da oposição, inclusive protestos da vereadora Silva da Bancada Feminista, que pediu por justiça e respeito às vítimas de atos de violência política.

Ricardo Nunes assume novamente a prefeitura enfrentando desafios significativos que vão desde questões de segurança pública e educação até o problema da Cracolândia e os apagões elétricos que afetam a cidade. O novo prefeito precisará tomar medidas eficazes para cumprir promessas feitas em seu primeiro mandato e responder a problemas históricos da cidade, incluindo o aumento do número de pessoas em situação de rua, que cresceu exponencialmente durante a pandemia.

Estamos atentos ao desempenho de Nunes nos próximos anos, especialmente no que diz respeito ao seu programa de monitoramento inteligente "Smart Sampa" e à melhoria na segurança pública, áreas críticas para os paulistanos. Agora, o que ficará na história da cidade: será que Nunes conseguirá transformar os desafios em soluções concretas para a população? O futuro de São Paulo depende das decisões que serão tomadas nos próximos anos.