Revelações alarmantes: Soldado israelense expõe uso de palestinos como escudos humanos!
2024-10-24
Autor: João
Soldado revela práticas alarmantes
Um soldado israelense, que pediu anonimato, fez revelações chocantes à CNN sobre o uso de palestinos como "escudos humanos" pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) na Faixa de Gaza. Essas informações foram divulgadas na quinta-feira, 24, e incluem relatos de cinco vítimas da prática conhecida como "protocolo mosquito".
Métodos de utilização de escudos humanos
Na unidade do soldado revelador, foram mantidos dois palestinos, com 16 e 20 anos, para que fossem usados em missões de reconhecimento em áreas de conflito. Ele relatou que essa prática era recorrente em todo o exército. Um caso alarmante mencionado foi quando as vítimas foram enviadas a um prédio antes da entrada das tropas israelenses, com o intuito de que, caso houvesse armadilhas, as vítimas fossem as primeiras a serem atingidas. "Assim, eles explodiriam e não nós", afirmou o soldado.
Relatos de várias regiões
Os relatos dos palestinos foram coletados em várias regiões, incluindo o norte da Faixa de Gaza, Cidade de Gaza, Khan Younis e Rafah. Anteriormente ao uso dos palestinos, a unidade seguia o protocolo padrão de envio de cães detectores ou a criação de um buraco lateral utilizando tanques ou escavadeiras blindadas.
Histórico de alegações semelhantes
Esta não é a primeira vez que tais alegações vêm à tona. Em agosto, o jornal israelense Haaretz denunciou o uso de prisioneiros palestinos em operações com túneis e em propriedades, sendo escolhidos aleatoriamente e forçados a vestir uniformes militares para disfarçar-se entre os soldados.
Legalidade e diretrizes das FDI
O uso de "escudos humanos" é expressamente proibido pelas Convenções de Genebra desde o pós-Segunda Guerra Mundial. O Tribunal Penal Internacional (TPI) classifica como crimes de guerra o assassinato e tortura de civis e prisioneiros, além de ataques a hospitais e locais dedicados a valores civis.
Posicionamento da Suprema Corte de Israel
A Suprema Corte de Israel já havia proibido essa prática em 2005. Em resposta à CNN, as FDI afirmaram que suas diretrizes «proíbem estritamente o uso de civis detidos em Gaza para operações militares» e que as instruções são regularmente reforçadas aos soldados durante os conflitos.
História de uma das vítimas
O relato também aborda como, até a primavera deste ano, um oficial de inteligência teria apresentado dois prisioneiros para as operações, alegando que eles mantinham vínculos com o Hamas. Um dos comandantes, ao ouvir protestos sobre a ideia, teria dito: “É melhor que os palestinos explodam do que nossos soldados”.
Uma das vítimas, Mohammad Saad, de 20 anos, foi capturada em Rafah e apresentou sua história à CNN. Ele relatou que foi levado a um acampamento militar, onde ficou detido por 47 dias, sendo utilizado em diversas missões de reconhecimento. "Nos vestiram com uniformes militares e nos deram câmeras e ferramentas para procurar túneis", explicou Saad. "Quando cheguei perto de um tanque, disparos foram feitos e eu fui atingido nas costas. Sobrevivi após ser levado ao Hospital Soroka, em Israel".
Questões de direitos humanos e ética
Essas revelações alarmantes expõem uma prática que, mesmo reconhecida como ilegal, parece persistir, levantando questões sérias sobre os direitos humanos e a ética nas operações militares em locais de conflito.