Nação

Reunião tensa: Lewandowski e Lula debatem segurança pública após 5 anos sem respostas no caso Marielle

2024-10-31

Autor: Lucas

Em uma reunião crucial no Palácio do Planalto, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e governadores enfrentaram um momento de tensão quando o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça) relembrar o governador Cláudio Castro (PL-RJ) que a polícia do Rio de Janeiro levou 5 anos para tentar esclarecer os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. Segundo Lewandowski, foi apenas a intervenção da Polícia Federal que trouxe elucidação ao caso.

"Por cinco anos, a polícia do Rio não conseguiu resolver esse crime. Quando a Polí­cia Federal entrou, em apenas algumas semanas, conseguimos identificar e prender os mandantes desse triste episódio da nossa história", destacou Lewandowski, enfatizando a necessidade de um maior empoderamento da PF no combate ao crime organizado e às milícias.

A execução de Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, ocorreu no dia 14 de março de 2018, e até então, a investigação da polícia local não obteve sucesso. As penitenciárias de segurança máxima do Brasil têm enfrentado críticas devido ao seu sistema sobrecarregado e à corrupção interna que, muitas vezes, impede uma investigação eficaz.

Os assassinos confessos, ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, estão em julgamento no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, enquanto os mandantes, entre os quais se encontra o deputado Chiquinho Brazão (RJ), também aguardam julgamento.

Após a intervenção direta de Lewandowski, Cláudio Castro minimizou a percepção de tensão, afirmando que não houve desconforto: "Na verdade, ele estava apenas exaltando o trabalho da Polícia Federal. É fato que a polícia civil fez seu trabalho, mas a PF teve um papel crucial na resolução do caso." Essa afirmação deixou várias pessoas se perguntando se a cooperação entre as polícias está realmente em harmonia ou se existem desavenças por trás das cortinas.

Durante a reunião, Lula delineou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para melhorar a segurança pública, convidando os governadores a formarem um pacto contra o crime organizado, que inclui medidas emergenciais e estruturais. As resistências, no entanto, vieram de governadores de oposição, que consideraram a PEC uma invasão dos direitos estaduais.

Entre os principais pontos da PEC estão: a criação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), que visa integrar as forças policiais do Brasil, garantir a atuação da Polícia Federal em crimes ambientais e de milícias, e a garantia de recursos financeiros para o Fundo Nacional de Segurança Pública, que financiaria projetos em resposta à alta taxa de criminalidade.

Os governadores têm expressado preocupações, com muitos alegando que as mudanças podem retirar poder dos estados sobre suas polícias locais. "É inadmissível qualquer intervenção que tire a autonomia das polícias estaduais, que são essenciais para a segurança pública no Brasil", afirmou Ronaldo Caiado, governador de Goiás.

O clima é de incerteza, com muitos buscando um caminho que equilibre a segurança com a autonomia dos estados. As próximas semanas serão cruciais, não só para a segurança no Brasil, mas também para a dinâmica política nacional.