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Repressão de Maduro Cresce Dramaticamente Após Eleições Contestadas na Venezuela, Revela Relatório da ONU

2024-09-17

Protestos na Venezuela atingem novo patamar de violência após as polêmicas eleições de julho de 2024, quando Nicolás Maduro foi declarado reeleito. Um relatório da missão de investigação da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado recentemente, alerta que a repressão política do governo se intensificou de maneira alarmante, desmantelando e desmobilizando a oposição enquanto limita a disseminação de informações independentes.

Marta Valinas, presidente da missão de investigação, declarou: "Estamos testemunhando uma escalada na repressão estatal em resposta a qualquer dissidência ou crítica". As autoridades venezuelanas têm utilizado a força para inibir protestos pacíficos, levando à prisão de aproximadamente 2,4 mil pessoas desde as eleições. O relatório também atribui ao governo 25 mortes de manifestantes, com a maioria das vítimas atingidas por disparos.

A disputa eleitoral, marcada por alegações de fraude, não repercutiu apenas entre os apoiadores da oposição, mas também entre organismos internacionais. O Tribunal Superior da Venezuela, controlado pelo governo, anunciou a vitória de Maduro sem a devida transparência nos resultados, gerando desconfiança e protestos nas ruas.

A tensão aumentou quando o ex-candidato oposicionista, Edmundo González, pediu asilo na Espanha após um mandado de prisão ser emitido contra ele. Ele afirmou que a contagem de votos de sua equipe mostrava uma vitória, enquanto o governo insistia que a reeleição era legítima.

Com o clima de medo se intensificando, o relatório da ONU traça um quadro preocupante da situação dos direitos humanos no país. Relatos de "desaparecimentos forçados" e tortura aumentaram desde 2019, alcançando advertências graves sobre o estado atual das instituições democráticas da Venezuela. De acordo com a ONU, a repressão não afeta apenas líderes da oposição, mas também cidadãos comuns, em sua maioria de áreas empobrecidas, onde o governo persegue a dissidência sem hesitar.

O governo de Maduro, por sua vez, continua a se defender, acusando os manifestantes de serem "extremistas" e "fascistas". Essa batalha retórica se intensifica a cada nova manifestação, enquanto o mundo observa com crescente preocupação a deterioração da situação no país.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU estabeleceu uma missão de investigação sobre a Venezuela em 2019, e seu mandato foi recentemente estendido até setembro deste ano, sinalizando que a comunidade internacional deve continuar a monitorar de perto essa crise.