Quem é William Rogatto, o ‘Rei do Rebaixamento’, preso em Dubai? Descubra os segredos do esquema!
2024-11-11
Autor: Fernanda
William Rogatto, conhecido como o 'Rei do Rebaixamento', tornou-se um dos nomes mais polêmicos do futebol brasileiro após sua prisão em Dubai. O empresário confessou ter acumulado impressionantes R$ 300 milhões por meio de atividades fraudulentas que incluem a manipulação de campeonatos nacionais e internacionais. A história de Rogatto começou quando ele tinha apenas 19 anos, após uma viagem a Las Vegas, onde se encantou pelo mundo das apostas.
Ele revelou que, ao perceber uma 'brecha' no sistema esportivo, viu a oportunidade perfeita para lucrar com manipulações em jogos. "O esquema de manipulação dos jogos só perde para política e o tráfico de drogas em termos de valores", disse ele em um depoimento à CPI. Essa rede criminosa envolvia não apenas atletas, mas também árbitros e dirigentes de clubes, o que torna a situação ainda mais alarmante.
Em seu relato, Rogatto detalhou seu modus operandi: "Pego um time com dificuldade financeira e que não tem dinheiro para disputar campeonato ou pagar taxas da federação. Eu entro, como quem não quer nada, e falo: 'E aí, presidente, vamos fazer o time subir? Vai dar tudo certo, a gente vai ser campeão'". Com essa estratégia, ele criou uma verdadeira máquina de manipulação esportiva operando em todos os estados brasileiros e em 9 países.
O empresário afirmou que a manipulação no futebol brasileiro é facilitada pelas relações entre clubes e patrocinadores de apostas. "Quando uma empresa de apostas patrocina o seu clube, automaticamente o jogador se transforma em aposta", explicou. Para garantir seu controle sobre os jogos, Rogatto admitiu que pagava altos valores por cada gol, superando os salários normais de árbitros e jogadores.
Apesar de suas revelações, Rogatto se mostrou cético quanto a uma possível extinção do esquema, afirmando que "os grandes não vão cair nunca". Ele mencionou complicidades dentro da CBF e federações e possui provas, incluindo vídeos, que corroboram suas afirmações. "Isso não vai dar em nada, vai fazer vítimas do sistema e, no final, não vai acabar porque não é de agora. Existe há mais de 40 anos. Eu fiz parte do sistema", desabafou.
O empresário também reconheceu a complexidade do futebol brasileiro, descrevendo-o como um "sistema único" que exige conexões políticas para ser penetrado. "Tem político, vereador, prefeito. Eu sempre procurei entrar pelas secretarias de Esporte", contou, levantando questionamentos sobre a corrupção enraizada no esporte nacional.
Essa situação levanta preocupações sobre a integridade das competições esportivas e o destino do futebol no Brasil, que é considerado por muitos como uma paixão nacional. As investigações estão apenas começando, e o futuro promete ser conturbado.