Ciência

Quando e como a aurora austral surpreendeu o Brasil pela única vez

2024-10-23

Autor: Maria

Um fenômeno raro e espetacular!

No dia 15 de fevereiro de 1975, o Brasil presenciou um evento astronômico extraordinário que muitos consideravam impossível: a aurora austral. Esse fenômeno impressionante, que normalmente ocorre em regiões próximas ao polo sul, como Antártica, Chile e Argentina, foi avistado pela primeira vez no Rio de Janeiro, desafiando todas as expectativas.

O responsável por essa descoberta incomum foi o renomado astrônomo francês Emmanuel Liais, então diretor do Observatório Imperial, hoje conhecido como Observatório Nacional. A experiência ocorreu no Morro do Castelo, onde Liais observou o espetáculo natural por cerca de 40 minutos, com visões adicionais ao longo da noite.

Ele descreveu a aurora como “forte e duradoura”, apresentando um impressionante padrão de listras esbranquiçadas que se estendiam de sul a norte, evocando comparações com as auroras boreais do hemisfério norte. Liais se lembrou de ter sido cativado por uma espécie de véu luminoso que dominava o céu.

"Foi a minha atenção despertada por uma espécie de véu espalhado sobre todo o céu e formando uma série de listras esbranquiçadas...", relatou o astrônomo. Mesmo com a lua cheia, que poderia ter atrapalhado a visibilidade, Liais confirmou que se tratava de uma aurora austral, como documentado em um artigo publicado pelo Observatório Nacional.

Este relato é considerado o primeiro registro significativo de auroras na América do Sul e um marco na história da astronomia brasileira. O Observatório Nacional enfatiza a importância científica do evento, apontando que a precisão das observações de Liais é uma contribuição valiosa para o estudo das auroras e para a história da astronomia no Brasil.

Curiosamente, a experiência de Liais não foi um evento isolado, já que alguns cientistas acreditam que auroras possam ocorrer em regiões mais ao norte do que se pensava, especialmente durante eventos solares significativos. Isso abre um leque de possibilidades para futuras observações, aumentando o interesse pelo fenômeno no Brasil e em toda a América do Sul. Afinal, nossa atmosfera nos reserva surpresas e maravilhas que ainda estão por serem descobertas!