Em um anúncio bombástico, Vladimir Putin declarou que forças militares da Coreia do Norte podem ser utilizadas na Guerra da Ucrânia. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa no dia 24 de outubro de 2024, após a cúpula do Brics.

Quando questionado sobre informações de serviços de inteligência da Coreia do Sul, Estados Unidos e Ucrânia, que indicavam o envio de entre 3.000 e 12.000 soldados norte-coreanos para treinamento na Rússia, Putin confirmou que se há fotos, elas indicam um fato real. O presidente russo não hesitou em expor a parceria estratégica com Kim Jong-un, líder norte-coreano, afirmando: “A Rússia nunca duvidou que a RPDC (República Popular Democrática da Coreia) leva a sério a cooperação russa. Estamos colaborando com nossos amigos norte-coreanos.”

Este acordo entre Rússia e Coreia do Norte é um tratado de defesa mútua, onde o artigo 4º prevê que um país ajudará o outro em caso de "estado de guerra por uma invasão armada". Putin ainda ressaltou que as conversações com Pyongyang estão em andamento para desenvolver essa colaboração. "Eles estão comprometidos com o artigo 4º", afirmou.

Putin alegou que o uso potencial de tropas norte-coreanas na Ucrânia não representaria uma escalada da situação. Ele também fez afirmações otimistas sobre o desempenho militar da Rússia, mencionando operações em andamento: "Estamos avançando em toda a linha de contato. Em Kursk, cercamos 2.000 soldados e vamos eliminá-los."

Como resposta ao recrutamento norte-coreano, autoridades da Coreia do Sul anunciaram a disposição de enviar armamentos à Ucrânia. Embora inicialmente o envio fosse para "fins defensivos", o governo sul-coreano não descartou a possibilidade de um uso ofensivo, conforme afirmou Yoon Suk Yeol, um alto funcionário do governo.

"Nosso governo pediu a retirada imediata das tropas norte-coreanas. Se a aliança militar entre a Coreia do Norte e a Rússia persistir, não permaneceremos inativos e responderemos com severidade, em conjunto com a comunidade internacional", disse o Conselho de Segurança Nacional da Coreia do Sul.

Durante a mesma coletiva no Brics, Putin abordou propostas de negociações de paz apresentadas pelo Brasil e pela China. O presidente russo destacou que essas propostas obtiveram apoio considerável, mas insinuou que Volodymyr Zelenski, presidente da Ucrânia, não está disposto a dialogar, pois isso poderia ameaçar sua posição no país.

"Para negociar, ele teria que suspender a lei marcial. Isso abriria espaço para novas eleições", observou Putin, lembrando que o mandato de Zelenski estava programado para terminar no início do ano, mas a atual lei marcial impede qualquer pleito durante a guerra.

Esses eventos apontam para uma possível intensificação do conflito, com cenários ainda mais preocupantes se a aliança militar entre Rússia e Coreia do Norte se concretizar. O mundo observa, enquanto as tensões aumentam na região!