PSDB se consagra como o partido com maior número de prefeitos em Pernambuco após as eleições de 2024
2024-10-28
Autor: Julia
O PSDB alcançou um marco histórico ao se tornar o partido com o maior número de prefeitos em Pernambuco após as eleições de 2024. A confirmação dessa liderança veio com a vitória de Severino Ramos no segundo turno em Paulista, um município do Grande Recife. Ramos enfrentou Júnior Matuto, do PSB, o mesmo partido do atual prefeito do Recife, João Campos, indicando uma acirrada competição entre as legendas.
Essas eleições foram as primeiras municipais sob a gestão de Raquel Lyra como governadora, após sua eleição em 2022. Com a conquista de 27 prefeituras, o PSDB viu seu crescimento impressionante de 540% no ranking. Em contraste, o PSB, que havia dominado a liderança por 16 anos sob as administrações de Eduardo Campos (2007-2014) e Paulo Câmara (2015-2022), perdeu uma quantidade significativa de municípios, caindo de 53 para apenas 31 prefeituras e vivenciando um declínio já observado nas eleições de 2020.
A disputa pela prefeitura de Paulista não foi apenas uma eleição local; representou um confronto estratégico entre os grupos de Raquel Lyra e João Campos, ambos tentando firmar sua influência nas prefeituras do estado.
Contudo, o cenário político ainda pode ser alterado. Em Joaquim Nabuco, por exemplo, o resultado da eleição, onde Mária Barreto (PSDB) foi eleita, está sub judice, aguardando a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Cabo de Santo Agostinho e Goiana também se encontram em situações semelhantes, com resultados que dependem de definições judiciais.
Nas eleições de 2020, o PP fez um crescimento notável, passando de 16 para 24 prefeituras, enquanto neste ano, manteve a terceira posição no número de prefeituras. O MDB, que havia conquistado 22 municípios em 2020, caiu para a sexta colocação, perdendo dez prefeituras. Por outro lado, o Republicanos teve um desempenho impressionante, subindo de 12 para 22 prefeitos, ocupando agora a quarta posição no ranking.
O crescimento do Podemos, que incorporou o PSC e aumentou de três para oito prefeituras, destaca também a ascensão do PV, que, em parceria com PT e PCdoB, saltou de zero para cinco prefeiturás.
No âmbito nacional, a polarização política entre o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também influenciou os resultados em Pernambuco. O PT conseguiu aumentar seu número de prefeituras de cinco para seis, enquanto o PL teve uma queda dramática, reduzindo seu número de prefeituras de nove para apenas duas, exceto pela reeleição de Mano Medeiros em Jaboatão dos Guararapes, que foi o principal feito da legenda.
No Grande Recife, as disputas se acirraram com PSDB, PSB e PSD sendo os grandes vencedores, conquistando três prefeituras cada. O Republicanos e outros partidos como PL, PP e Solidariedade, também levaram algumas vitórias, mas com significativamente menos sucesso. A vitória de Lula Cabral (Solidariedade) em Cabo de Santo Agostinho, que está sub judice, remete à instabilidade do cenário eleitoral atual.
No delicado equilíbrio de forças entre a governadora Raquel Lyra e o prefeito João Campos, a contagem resultou em cinco vitórias para o PSB, quatro para os candidatos apoiados pela governadora e dois para aqueles que se elegeram sem a benção oficial de ambos os grupos. Essa dinâmica demonstra que as alianças e rivalidades políticas em Pernambuco estão longe de se estabilizar, prometendo um futuro incerto e repleto de intrigas no cenário político.