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Protestos em Valência: A Revolta da População Após Tragédia das Inundações

2024-11-10

Autor: Lucas

Uma onda de indignação tomou conta de Valência, na Espanha, neste fim de semana, quando milhares de manifestantes se uniram para protestar contra a gestão política após as devastadoras inundações de 29 de outubro, que resultaram em mais de 220 mortes, incluindo 212 apenas na região de Valência. Com gritos de 'Assassinos!', os protestos, que reuniram aproximadamente 130 mil pessoas, foram marcados por confrontos entre pequenos grupos de manifestantes e a polícia.

Os manifestantes se concentraram na Praça da Câmara Municipal, avançando em direção ao Palácio da Generalitat, a sede do governo regional, exigindo a renúncia do presidente valenciano, Carlos Mazón, do conservador Partido Popular, e criticando fortemente o governo central liderado pelo socialista Pedro Sánchez. Os organizadores do protesto e os cidadãos em geral culpam os líderes políticos por não terem emitido alertas claros e eficazes sobre a iminência da tempestade, além de uma resposta tardia e ineficaz após o desastre.

Julián García, um aposentado de 73 anos, expressou seu descontentamento, afirmando: 'Nas horas anteriores era quando deveriam ter avisado para que ficássemos alertas, para que as crianças não tivessem ido à escola e não tivéssemos ido de carro para o trabalho.'

Enquanto a limpeza das cidades afetadas continua e as equipes de resgate procuram por desaparecidos, a frustração da população não dá sinais de diminuição. Ana de la Rosa, uma arquivista de 30 anos, criticou a falta de coordenação entre o governo regional da Generalitat e o governo central, afirmando: 'Envolveram-se em guerrilhas políticas quando a prioridade deveria ser ajudar os cidadãos.'

O clima de revolta também se espalhou para outras cidades, como Alicante, Elche e Madrid, onde vozes se levantam em uníssono contra a ineficiência das autoridades. Em meio ao caos, as vítimas e habitantes das áreas afetadas manifestam sua insatisfação com o ritmo lento da ajuda, que muitos consideram 'vergonhoso' e 'horroroso'.

Carlos Mazón enfrenta críticas intensas por ter supostamente subestimado a força da tempestade, mesmo após a agência meteorológica estatal (Aemet) ter emitido um alerta vermelho horas antes do ocorrido. Além disso, ele é acusado de ter desaparecido por cinco horas críticas, durante as quais o comitê de emergência esperava por sua presença. Reports indicam que ele estava almoçando com uma jornalista famosa, confrontando a população com a percepção de desinteresse.

A principal autoridade de emergência da região, Salomé Pradas, admitiu que não sabia da possibilidade de emitir alertas para a população, o que exacerba ainda mais a frustração pública diante da situação. A responsabilidade pela gestão de desastres na Espanha recai sobre as administrações regionais, levando a questionamentos sobre a eficácia do governo de Pedro Sánchez em responder a crises, enquanto a oposição utiliza a tragédia como um ponto de ataque contra a gestão do Partido Popular em Valência.

As manifestações continuam e a pressão sobre os governantes aumenta, com a população demandando resposta e ações concretas para evitar que tragédias como esta se repitam no futuro. O clamor por justiça e responsabilidade política ecoa nas ruas, enquanto Valência tenta se recuperar das devastadoras inundações que mudaram a vida de muitos.