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Protestos e Greves: Trabalhadores da Volkswagen na Alemanha em Alerta Máximo Após Ameaças de Demissões

2024-09-25

Os trabalhadores da Volkswagen estão em estado de alerta! A ameaça da montadora de demitir funcionários e fechar parte de suas fábricas na Alemanha desencadeou uma onda de protestos nesta quarta-feira (25), com a possibilidade de greves nas linhas de produção começando a partir de 1º de dezembro.

Os protestos foram liderados em Hanover, onde a direção da VW e o sindicato IG Metall se reuniram para discutir um reajuste salarial. Mais de 3.000 funcionários participaram das manifestações, segurando cartazes com mensagens impactantes como: "Falta de trabalhadores qualificados no conselho — estamos procurando especialistas." Em uma demonstração dramática, alguns acenderam sinalizadores e um manifestante se vestiu como a morte, simbolizando o temor pela perda de empregos.

Neste ambiente tenso, a Volkswagen se vê em conflito com o sindicato IG Metall, que está pressionando por novos acordos trabalhistas para 130 mil trabalhadores da marca. Recentemente, o grupo encerrou acordos que protegiam o emprego em seis fábricas no oeste da Alemanha, acordos esses que estavam vigentes desde os anos 90.

Representantes dos trabalhadores, juntamente com o IG Metall, culpam a alta administração e a falta de apoio governamental pelos problemas enfrentados pela Volkswagen. O sindicato já anunciou que, se as negociações não avançarem, não hesitará em convocar greves.

O IG Metall está buscando um aumento salarial de 7%. "Um bom pastor cuida de suas ovelhas e as mantém unidas. O pastor da Volkswagen está ameaçando arrancar a pele de seus corpos e depois jogá-las em um furacão", declarou Thorsten Groeger, principal negociador do IG Metall em um discurso inflamado para os trabalhadores em Hannover.

Daniela Cavallo, chefe do conselho de trabalhadores, enfatizou que é responsabilidade da administração da montadora encontrar uma solução. No entanto, a Volkswagen justifica as medidas alegando os altos custos de energia e mão de obra na Alemanha, que a colocam em desvantagem em comparação com concorrentes europeus e rivais chineses que estão dominando o mercado de veículos elétricos.

Essa pressão sobre a Volkswagen se intensifica em meio a uma crise enfrentada por outras grandes indústrias na Alemanha, como a Basf e Thyssenkrupp, que também consideram demissões. Montadoras renomadas como Mercedes-Benz e BMW já cortaram suas previsões de lucro devido à queda da demanda na China.

A situação na Volkswagen é motivo de preocupação para o governo alemão, que já está lutando para estimular a economia e melhorar sua popularidade política antes das eleições federais do próximo ano. O ministro da Economia, Robert Habeck, expressou interesse em ajudar a VW durante esse período de reestruturação, mas deixou claro que existem limites para o apoio do governo.

Funcionário da Volkswagen, Franz Onken, expressou sua indignação: "Estou realmente zangado. Nem sei como reagir. Sinceramente, se pudesse, daria um chute na bunda do conselho apenas para mostrar minha frustração", desabafou, durante os protestos.

Groeger, do IG Metall, reconhece os desafios significativos que a empresa enfrenta, mas ressalta que a história de sucesso da Volkswagen sempre esteve ligada à parceria e diálogo com os funcionários, não a confrontos. "Quebrar as coisas e depois se espantar com a bagunça é um erro histórico que pode custar caro para todos nós", concluiu, alertando que, se um acordo não for alcançado até o prazo estabelecido, a greve nas fábricas será uma realidade.