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Protestos de Cristãos na Síria Após Incêndio de Árvore de Natal: Uma Situação Crítica em Meio ao Caos

2024-12-24

Autor: Carolina

Um incêndio devastador em uma árvore de Natal na Síria disparou protestos massivos nas ruas, refletindo a crescente tensão e insegurança nas comunidades cristãs do país. A manifestação ocorreu na terça-feira (24) e foi observada com atenção pelas lideranças ocidentais, especialmente em um momento delicado desde que um grupo islâmico assumiu o poder, após a queda do ditador Bashar al-Assad no início de dezembro.

A árvore incendiada estava localizada na praça central de Suqaylabiyah, uma cidade com forte tradição cristã, situada perto de Hama. De acordo com informações do Observatório Sírio de Direitos Humanos, os responsáveis pelo incêndio são membros da organização jihadista Ansar al-Tawhid, que inclui estrangeiros entre suas fileiras.

Os manifestantes, clamando por seus direitos, marcharam pelas ruas de Damasco em direção à sede da Igreja Ortodoxa de Antioquia, a maior confissão cristã do país. Alguns carregavam cruzes de madeira, enquanto outros agitavam a bandeira da independência síria, simbolizando a resistência e a luta pela liberdade religiosa. Eles gritaram em uníssono: "Exigimos os direitos dos cristãos!".

Desde o início da guerra civil, a comunidade cristã enfrentou diversas dificuldades. Embora Bashar al-Assad tenha se apresentado como um protetor das minorias em um país predominantemente sunita, o regime dele foi marcado por perseguições e violações de direitos humanos contra todos os opositores. Segundo organizações de direitos humanos, esses atos configuram crimes contra a humanidade.

Com a queda do regime de Assad, muitos comemoram, mas também há um clima de incerteza em relação ao futuro da Síria. A HTS (Organização para a Liberdade do Levante), que tem laços históricos com a Al Qaeda, liderou a ofensiva que derrubou o ditador. Embora atualmente tenha moderado sua retórica, permanece sob vigilância, pois muitos países, incluindo os EUA e a Turquia, ainda o consideram uma organização terrorista.

Recentemente, Amy Pope, diretora da OIM (Organização Internacional para as Migrações), alertou que, apesar de muitos refugiados estarem retornando à Síria, um número alarmante de pessoas tem fugido do país novamente, incluindo minorias religiosas, que se sentem ameaçadas em meio à instabilidade.

Líderes religiosos e membros da comunidade cristã se mostraram profundamente preocupados com a continuidade de ataques e ameaças. Durante a manifestação, um dos participantes, identificado como Georges, expressou: "Se não nos permitem viver nossa fé cristã no nosso país, então não pertencemos mais aqui".

A aparição de um rebelde na cena prometendo punir os responsáveis pelo incêndio da árvore trouxe um fio de esperança, com promessas de restauração do símbolo natalino. O gesto, além de ser um sinal de resistência, representa o desejo de manter as tradições religiosas vivas, mesmo em tempos tão difíceis. Contudo, as incertezas e os desafios enfrentados pelos cristãos na Síria permanecem como uma questão urgente e delicada.