Nação

Protesto em São Paulo contra PL da anistia mobiliza milhares de manifestantes de esquerda

2025-03-30

Autor: Gabriel

No último domingo, São Paulo foi palco de um grande protesto organizado por diversas entidades de esquerda, incluindo a Central de Movimentos Populares (CMP), Brasil Popular e Povo Sem Medo. O ato contou com a presença de representantes de partidos políticos como PT, PSOL, PC do B e UP, além de importantes sindicatos, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).

Os manifestantes se concentraram na Praça Oswaldo Cruz, no início da Avenida Paulista, e marcharam em direção ao 36º DP, localizado no Paraíso. Esse local histórico, que já abrigou o DOI-Codi durante o período da ditadura militar, simboliza a luta contra a repressão e a impunidade.

Os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Lindbergh Farias (PT-RJ) discursaram em um carro de som. Durante seu discurso, Boulos afirmou que o público presente era maior do que o da manifestação bolsonarista em Copacabana, destacando a força do movimento. Ele incitou a multidão a entoar o grito de "sem anistia".

Uma contagem realizada pelo Monitor do Debate Político do Cebrap e pela ONG More in Common apontou que cerca de 6.560 pessoas participaram do ato, embora a Polícia Civil estime que o número foi de aproximadamente 5 mil manifestantes. Este protesto em São Paulo foi significativamente menor do que uma manifestação similar ocorrida no Rio de Janeiro, que, em seu auge, reuniu cerca de 18,3 mil pessoas, mostrando a mobilização crescente da direita.

Recentemente, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade tornar réus Bolsonaro e mais sete aliados, sob suspeita de participação em uma tentativa de golpe de Estado. Essa decisão reacendeu o debate sobre a anistia proposta para aqueles envolvidos nos violentos atos de 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram prédios públicos em Brasília.

A oposição já anunciou planos para avançar com o projeto de anistia. O líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), afirmou que pretende articular para que a votação dessa proposta ocorra na primeira quinzena de abril. Nesse sentido, várias reuniões estão programadas, incluindo uma no próximo dia 1º de abril com parlamentares que apoiam a anistia.

O cenário político continua conturbado, com a população dividida entre as diferentes visões sobre a intervenção militar, os atos de vandalismo e a defesa da democracia. O desfecho dessa discussão é incerto, mas chama a atenção para a fragilidade do cenário político atual e as divisões que persistem na sociedade brasileira.