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Problemas técnicos podem atrasar e encarecer a construção do novo estádio do Flamengo; Prefeito Paes aponta responsabilidade do município

2025-01-23

Autor: João

A construção do novo estádio do Flamengo, que será localizado em São Cristóvão, enfrenta entraves técnicos que podem atrasar o início das obras e elevar seus custos. Uma das questões centrais envolve a transferência da Estaçã de Regulagem e Medição (City Gate), que se encontra na área adquirida pelo clube em um leilão realizado em julho do ano passado. A Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico (Agenersa) informou que o Flamengo deve solucionar a transferência da infraestrutura do serviço de gás canalizado presente no terreno.

Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo, recebeu a informação de que a construção do estádio está condicionada à definição de uma solução para essa transferência. A situação foi divulgada inicialmente pelo site Tempo Real e confirmada pelo jornal O GLOBO. Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, assegurou que a responsabilidade pelas transferências das estruturas essenciais para o sistema de distribuição de gás é do município, e não do Flamengo. Em uma postagem nas redes sociais, Paes pediu que as pessoas parassem de criar problemas desnecessários e confirmou que ele e o deputado Pedro Paulo já haviam esclarecido que a responsabilidade sobre o problema não é da equipe rubro-negra.

Recentemente, o Flamengo, através de uma carta assinada pelo ex-presidente Rodolfo Landim, criticou a Agenersa após a agência solicitar uma conversação entre o clube e a Naturgy sobre os aspectos de segurança e os impactos da construção do estádio. Em resposta, o Flamengo destacou que não reconhece à Agenersa a atribuição para impor condições ao clube ou estabelecer responsabilidades para o uso do terreno adquirido.

A Agenersa, em resposta ao ofício assinado por Landim, destacou que não tem a intenção de dificultar a expansão urbana da cidade ou a exploração econômica, mas apenas garantir a segurança dos futuros frequentadores do estádio e da população em geral. Em uma nota enviada ao GLOBO, a agência reiterou sua função de regular a adequação e segurança do serviço de distribuição de gás canalizado, reforçando que a construção do novo estádio do Flamengo depende dessa transferência, que deve ser negociada entre o clube e a CEG, gerida pelo grupo Naturgy.

Documentos oficiais revelam que a Prefeitura do Rio já estava ciente da presença de construções e estruturas destinadas à distribuição de gás no terreno do Gasômetro, onde o Flamengo planeja construir seu novo estádio. O presidente Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, assumirá o projeto que avançou na gestão de Rodolfo Landim. Contudo, na cerimônia de posse, ele adotou uma postura cautelosa sobre o que considera “o projeto da vida do clube” e não garantiu que as obras estejam concluídas até 2029.

Bap revelou que o Flamengo não se endividará a ponto de precisar se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e pretende buscar recursos dentro do próprio clube, aumentando a receita e a margem operacional, o que deve proporcionar um importante aporte financeiro.

Essa situação evidencia um cenário de tensão entre o Flamengo e as autoridades municipais, trazendo à tona questões de responsabilidade e segurança que podem impactar não apenas o futuro do clube, mas também o urbanismo e a segurança da região de São Cristóvão.