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Presidente do Panamá Ignora Ameaças de Trump e Reitera Soberania do Canal do Panamá

2024-12-26

Autor: Fernanda

Introdução

Nesta quinta-feira (26), em coletiva de imprensa, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, deixou claro que não há espaço para negociação com os Estados Unidos sobre o Canal do Panamá. A declaração foi uma resposta direta às recentes ameaças do presidente eleito americano, Donald Trump, que sugeriu a possibilidade de retomar o controle da importante via interoceânica se os pedágios cobrados dos navios americanos não fossem reduzidos.

A Declaração de Mulino

"Não existe possibilidade alguma de discutir ou reavaliar a situação jurídica e política do Canal do Panamá nas mãos dos panamenhos. Se essa for a intenção de Trump, então não há o que conversar", afirmou Mulino, enfatizando a importância do canal para o Panamá e a luta histórica do país para garantir sua soberania, que foi oficialmente transferida dos EUA em 31 de dezembro de 1999, por meio de tratados assinados em 1977.

Importância do Canal do Panamá

Os números não mentem: o Canal do Panamá, com 80 km de extensão, é vital para o comércio global e para a economia panamenha, representando 6% do PIB do país. O presidente lembrou que, no último ano fiscal, mais de 11.200 embarcações passaram pelo canal, transportando cerca de 423 milhões de toneladas de carga e gerando 2,47 bilhões de dólares em receita para o governo panamenho.

Contestação às Alegações de Trump

Em sua declaração, Mulino também não hesitou em contestar as alegações de Trump sobre tarifas excessivas: "As tarifas são baseadas em um processo claro e público, que leva em conta a capacidade dos navios e a demanda internacional, e não o país de origem". Ele também fez questão de ressaltar que a relação comercial com os EUA e a China é mútua e que, apesar do grande fluxo comercial, não há influência chinesa no canal ou no controle de suas operações, e muito menos a presença de soldados chineses. "Não há absolutamente nenhuma interferência ou participação chinesa em nada relacionado ao Canal do Panamá; essa é uma falsa narrativa", concluiu.

Rendimentos do Canal

Além disso, Mulino destacou que os Estados Unidos pagavam uma "miséria" pelo uso do canal durante sua administração anterior ao Panamá. "Desde 2000, arrecadamos mais de 28 bilhões de dólares em receitas, muito mais do que recebíamos durante os 85 anos de administração americana", disparou, referindo-se à importância do canal para o fortalecimento econômico do Panamá.

Expectativas Futuras

O que se pode esperar agora? As tensões entre o Panamá e os EUA podem aumentar, especialmente com a nova administração de Trump tomando posse. Contudo, o presidente panamenho se mostra firme em sua posição, defendendo a soberania e os interesses de sua nação. Fica a pergunta: qual será o próximo movimento de Trump e como isso afetará as relações na região?